Lisboa — A Policia de Segurança Pública (PSP) montou um forte esquema de proteção do prédio da Assembleia da República, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa hoje, numa sessão de boas-vindas. Há indicativos de tumulto diante da convocação de um protesto contra o líder brasileiro organizado pelo Chega, partido de extrema-direita. Nesta terça-feira, 25 de abril, é comemorada a Revolução dos Cravos, que libertou Portugal da ditadura de António Salazar.
Para se contrapor aos ultradireitistas, que querem usar a forte polarização no Brasil e as acusações de corrupção que pesam sobre o PT, o braço da legenda de Lula no país europeu também convocou manifestações em frente ao Parlamento português. A determinação é confrontar os oposicionistas e celebrar a passagem do presidente brasileiro por Portugal. Lula está em território luso desde o dia 21, onde teve uma série de compromissos e assinou 13 acordos com o governo de Portugal durante a 13ª Cimeira Luso-brasileira.
Há pelo menos três semanas, o Chega vem cooptando brasileiros, sobretudo nas igrejas evangélicas, para saírem às ruas em protesto contra Lula. O líder do partido extremista, André Ventura, se aproximou muito da família Bolsonaro, e, com isso, passou a atrair apoiadores do ex-presidente que vivem no país europeu. Lula venceu as últimas eleições em Portugal, com 64% dos votos, mas a ala brasileira bolsonarista é ruidosa e engajada.
Chama muito a atenção de especialistas o forte crescimento da extrema-direita em Portugal. Antes da eleição do ano passado, o Chega tinha apenas um deputado na Assembleia da República, André Ventura. Depois do resultado das urnas, a bancada passou para 12, a terceira maior do Parlamento. As últimas pesquisas de intenção de votos apontam que, se as eleições fossem hoje, o Chega teria 13% dos votos, fazendo pelo menos 25 parlamentares.