José Sarney abriu as portas da mansão onde mora, no Lago Sul, e recebeu amigos na noite desta segunda-feira (24/4) para comemorar o aniversário de 93 anos — idade que o coloca como o mais longevo ex-presidente da República brasileira.
Na lista de convidados, nomes dos mais diversos espectros políticos. Entre eles estavam Geraldo Alckmin, presidente em exercício; Michel Temer, ex-presidente; Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, ministros do Supremo Tribunal Federal; Flávio Dino, ministro da Justiça; Ibaneis Rocha, governador do DF; Gleisi Hoffmann, presidente do PT; José Roberto Arruda e Paulo Octávio, ex-governadores do DF; Augusto Aras, procurador-geral da República; e Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União.
O grande número de figuras importantes da política nacional mostra a influência que Sarney continua exercendo. No último mês, por exemplo, recebeu ligações e deu conselhos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para Valdemar da Costa Neto, presidente do PL — nomes posicionados em campos opostos.
Em viagem a Portugal, Lula não compareceu ao aniversário do antecessor, mas ligou para Sarney logo cedo, e o parabenizou. Quem também o telefonou foi Marcelo Rebello, presidente português, para desejar "calorosas e sentidas felicitações" e "votos amigos de prosperidade, saúde e bem-estar", segundo informado pela assessoria.
A comemoração foi organizada pela deputada federal Roseana Sarney, filha do ex-presidente, e contou com todas as gerações da família — filhos, netos e bisnetos.
História
Sarney nasceu em 1930, no Maranhão, e tornou-se o 31º presidente do Brasil, entre 1985 e 1990, sendo o primeiro após mais de duas décadas de ditadura militar.
No ano passado, durante o segundo turno das eleições presidenciais, Sarney decidiu apoiar um antigo opositor e declarou voto em Lula. O ex-presidente denunciou o autoritarismo de Bolsonaro e o comparou com líderes da extrema direita e de regimes totalitários. “Esse voto não é para quatro anos de governo: é um voto para o destino do Brasil. O voto em Bolsonaro é voto contra as instituições, que terá como consequência anos de autocracia, um regime de força, construído na mentira sistemática e no abuso do poder."
Antes da presidência, Sarney foi eleito deputado federal, governador do Maranhão e senador. Durante a abertura política, no pós-ditadura, foi lançado como vice-presidente na chapa encabeçada por Tancredo Neves.
Após a vitória na eleição indireta, assumiu interinamente o poder em 15 de março de 1985, após Tancredo se afastar para tratar uma enfermidade. Com a morte de Tancredo, em 21 de abril daquele ano, foi efetivado no cargo, o deixando em março de 1990, quando passou a faixa presidencial para Fernando Collor, primeiro presidente eleito por voto popular após a ditadura.