O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (24/4) que a instauração de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os ataques de 8 de janeiro em Brasília não deve atrapalhar a tramitação do arcabouço fiscal e de outros projetos da área econômica.
"Acredito que não (deve atrapalhar) pelo seguinte: está tudo tão claro o que aconteceu no dia 8. Ninguém tem dúvida sobre o que aconteceu do ponto de vista da tentativa de criar no Brasil um ambiente de ruptura institucional", respondeu o ministro ao ser questionado por jornalistas na sede do ministério, na manhã de hoje.
"Não resta dúvida de que houve uma tentativa vil de comprometer a democracia brasileira. Ainda que um ou outro servidor público possa ter errado na condução do processo, de boa-fé, a verdade é que a má-fé está toda do lado dos derrotados, e isso vai ficar muito transparente", acrescentou Haddad.
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O pedido de abertura de uma CPMI para investigar os atos de 8 de janeiro ganhou força após a divulgação de imagens nas quais o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, aparece no Palácio do Planalto em meio aos invasores.
Governo parte para o ataque
Embora a base governista tenha tentado barrar a instauração do colegiado, para evitar impactos na tramitação de matérias importantes, a divulgação das imagens levou a uma mudança de posição. Agora, membros do governo defendem que a CPMI vai reforçar a participação dos bolsonaristas na invasão dos prédios públicos.
"Resumo da ópera, imagens divulgadas pelo Fantástico mostram que CPI vai ser bem ruim pros golpistas. Melhor coisa foi abrir o sigilo desse material", declarou hoje a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR).
"Imagens divulgadas mostram que sete dos nove militares do GSI que estavam no Palácio do Planalto durante a invasão de 8 de janeiro eram seguranças de [Jair] Bosloanro, e participaram, inclusive, de suas motociatas", disse, por sua vez, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. "A CPMI vai mostrar toda a verdade sobre o golpe", acrescentou.