O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse, neste domingo (23/4), que os envolvidos na invasão dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes ocorrida no 8 de janeiro, "além de golpistas, são covardes". Diante disso, ele crê que as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), trarão à tona novos personagens que participaram dos atos.
"Acredito que a continuidade das investigações e ações judiciais sobre o golpe de 8 de janeiro vai trazer holofotes para gente que ainda está escondida nas sombras. Além de golpistas, são covardes que não saem em defesa dos seus aliados presos. Alguns destes permanecerão muitos anos no cárcere. Os “valentes fakes” planejaram, incitaram, conspiraram, financiaram, jogaram pedras e esconderam as mãos sujas. E ainda tem a petulância de apontar tais dedos sujos para as vítimas dos crimes. Tenham certeza: a LEI sempre vence e vencerá novamente", escreveu Dino, neste domingo (23/4), em sua conta oficial no Twitter.
Suspeitos de terem participado dos atos golpistas foram presos dias após o ocorrido, em janeiro. Na terça-feira (18/4), o STF começou o julgamento de 100 denunciados por participar das manifestações antidemocráticas. Até sexta (21/4), o STF formou oito votos favoráveis para tornar em réus os acusados que participaram da invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes no 8 de janeiro.
Além do relator da ação, Alexandre de Moraes, os ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber se posicionaram pela aceitação da denúncia. Ainda faltam votar André Mendonça e Kassio Nunes Marques, ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao cargo. O julgamento está no plenário virtual da Corte e vai até esta segunda-feira (24/4).
Os primeiros julgados respondem em liberdade pelos crimes, mas podem ser presos novamente, caso sejam condenados. Segundo o STF, os casos estão sendo analisados individualmente. Porém, devido à quantidade de pessoas, o voto do ministro relator segue o mesmo padrão em todas as ações.
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Militares são ouvidos
Após a CNN Brasil divulgar, na semana passada, imagens do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que mostram o então chefe da pasta, general Gonçalves Dias, inerte diante da invasão dos militantes bolsonaristas ao prédio, Moraes autorizou que a conduta do militar fosse investigada pela PF. Além de Gonçalves Dias, a conduta de militares do GSI flagrados nas cenas também serão apuradas. O vídeo os mostra ajudando os militantes golpistas.
As oitivas começaram na manhã desta sexta-feira (21/4), na sede da PF, em Brasília, com o depoimento de Gonçalves Dias. Neste domingo, a Polícia Federal ouve os militares que aparecem nas imagens do circuito interno do Palácio do Planalto do dia 8 de janeiro, durante os ataques golpistas no prédio.
Capelli defende Gonçalves Dias
Na manhã deste domingo, Ricardo Cappelli usou o Twitter para defender o ex-ministro do GSI Gonçalves Dias e fez críticas aos generais Augusto Heleno, que ocupava o cargo na gestão Bolsonaro, e Walter Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e da Defesa.
"Eu sei o que vi e ouvi comandando as tropas no dia 8/01. Não é possível falsificar os fatos criando uma narrativa a-histórica como tentam fazer extremistas terraplanistas. Onde estão Heleno e Braga Neto? Se há um general conspirador e golpista, certamente não é o honrado Gdias", disse.