O deputado federal André Janones (Avante) sinalizou positivamente à participação em uma eventual Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. No Twitter, o parlamentar mineiro respondeu a uma publicação que apontava sua escalação como um núcleo midiático do governo na comissão.
A CPMI dos 8 de janeiro começou a ser pleiteada por parlamentares bolsonaristas, que trabalham com teses de responsabilização do governo federal por suposta leniência com os manifestantes que destruíram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) no início do ano.
Os parlamentares chegaram a invadir uma reunião de lideranças do Congresso Nacional para pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) a abrir a comissão mista, que prevê a participação de deputados e senadores. Nomes da oposição também prometeram travar pautas no Legislativo enquanto não houvesse a aprovação da CPMI.
A reação de Janones acontece na esteira dos eventos da última quinta-feira (20/4), quando o governo federal sinalizou positivamente à CPMI pela primeira vez. O deputado federal e O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), chegou a afirmar que a comissão será a “pá de cal na teoria da conspiração” de que os ataques tiveram participação do governo federal.
O aceno positivo do governo federal à comissão aconteceu após polêmica envolvendo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, que apareceu em câmeras de segurança do Palácio do Planalto com postura conivente com vândalos que invadiram o prédio em 8 de janeiro.
As imagens foram interpretadas por parlamentares bolsonaristas como uma prova da omissão do governo federal no episódio, já que o militar foi escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a pasta. Com a repercussão, Gonçalves Dias pediu demissão do cargo.
Além da resposta “só vem”, Janones também publicou em seu perfil no Twitter, um vídeo de sua participação na CPI sobre a tragédia de Brumadinho, ocorrida em 2019.