O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias deixou a sede da Polícia Federal, em Brasília, no começo da tarde desta sexta-feira (21/4), após prestar depoimento por mais de quatro horas. Ele chegou no prédio por volta das 9h20 e saiu às 13h30. Dias foi ao local para ser ouvido sobre os ataques do 8 de janeiro. Aos investigadores, ele negou ligação com os atentados.
A oitiva ocorreu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele aparece em imagens captadas pelas câmeras do Palácio do Planalto durante a invasão de extremistas. Nos vídeos, Dias circula entre os invasores, sem apresentar reação. Moraes quer saber se ele escondeu as imagens do governo e da própria Polícia Federal e as explicações para a presença dele no local.
- Ex-ministro-chefe do GSI Gonçalves Dias presta depoimento à PF, em Brasília
- Entenda o que é o GSI, que tem status de ministério e chance de extinção
- Transição no GSI se deu em conversas privadas no Ministério da Defesa
Durante o depoimento, o ex-ministro negou que tenha envolvimento com a invasão dos prédios públicos, disse que a investigação provará sua inocência e que decidiu se afastar do cargo para atuar em sua defesa.
As diligências também buscam informações sobre quem deu a ordem para que GDias, como é conhecido, fosse até o Palácio do Planalto, se ele foi por conta própria e por qual motivo não reagiu ou comandou militares do GSI para que eles atuassem em relação aos ataques que estavam em andamento. Após a repercussão do caso, o então ministro pediu demissão.
Na próxima quarta-feira (26) quem presta depoimento é o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele deve explicar se tem ou não ligação com os ataques aos prédios da Câmara, do Supremo e do Congresso Nacional. O ex-chefe do Executivo é acusado de incitar as depredações por conta de postagem nas redes sociais.