Jornal Correio Braziliense

Presidência

Entenda o que é o GSI, que tem status de ministério e chance de extinção

Após polêmicas envolvimento gabinete responsável pelo Planalto no 8 de janeiro, suspeitas são de desmonte mesmo que governo negue a extinção

Após a saída do ministro-chefe, general Gonçalves Dias, na última quarta-feira (19/4), a Presidência da República tem debatido o futuro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e avalia acabar com órgão. Segundo fontes do governo ouvidas pelo Correio, há a possibilidade da extinção do gabinete ou da subordinação à Casa Civil.

A previsão, ainda segundo as fontes, é de que talvez o GSI não seja mais comandado por um ministro, e que a antiga Casa Militar da Presidência seja recriada. A pasta foi extinta no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).

Questionado por jornalistas sobre a possível extinção do GSI, Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social, negou. "Não existe nenhuma discussão nesse sentido", garantiu.

Fontes internas disseram ao Correio que, em reunião feita apenas com a equipe do GSI na tarde dessa quinta-feira (20), o coordenador de segurança do Gabinete afirmou que, apesar de ainda não haver substituto para Gonçalves Dias, o próximo chefe a ser nomeado vem com o objetivo de desmembrar o gabinete.

Com a queda do general, Lula nomeou Ricardo Cappelli, um civil, como secretário-executivo interino do GSI. A expectativa é que o presidente não faça uma escolha definitiva nos próximos dias, já que tem viagens internacionais agendadas. Nesta sexta-feira (21), o petista desembarcou em Portugal.

O vídeo divulgado pela CNN Brasil esta semana que mostra a passividade do agora ex-ministro do GSI durante os atos do 8 de janeiro é apenas mais uma polêmica envolvendo o órgão. O gabinete é responsável pela lista de sigilos que envolvem as visitas feitas ao Planalto, incluindo os registros que têm como destino o gabinete presidencial. O pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI) às visitas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi negado e o órgão defendeu o sigilo imposto em função da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), de 2018, a qual não permite a divulgação de dados. Na época a equipe era comandada pelo então ministro Augusto Heleno.

Após repercussão, o GSI afirmou esta semana, em nota, que as imagens do 8 de janeiro mostram a “atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto” e que "as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas".

O que é o GSI

Trata-se de um órgão com status de ministério que, tradicionalmente, é comandado por militares. O Gabinete é exclusivo para a segurança da Presidência da República. A equipe é também responsável por “coordenar as atividades de inteligência federal, de segurança da informação e comunicações; analisar e acompanhar questões com potencial de risco à estabilidade institucional”.

Em 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) alterou a lei e devolveu ao GSI o antigo nome de Casa Militar. No ano seguinte, porém, sob o comando de Michel Temer, criou-se novamente o Gabinete de Segurança Institucional, titulo que permanece até hoje.