A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, declarou nesta quinta-feira (20/4) que o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o repasse de US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia, é o primeiro aporte do tipo feito pelos norte-americanos ao Brasil. Na avaliação da ministra, a doação pode incentivar outras nações a participarem do Fundo.
"A novidade que nós temos aqui é o compromisso do presidente Biden de que essa será a quantidade de recursos", afirmou Marina em coletiva de imprensa, convocada na sede do ministério. "Antes, nós não tínhamos um aporte de recursos ao governo brasileiro para iniciativas dessa natureza. É a primeira vez que está sendo feito algo dessa forma. É um novo paradigma que, ao longo do tempo, será muito importante inclusive para alavancar recursos de outros países. Isso encoraja outros países a fazerem o mesmo", acrescentou.
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A ministra relatou que, há pouco, nesta quinta à tarde, agradeceu por telefone ao assessor especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, que participou das negociações e veio a Brasília em fevereiro, pouco depois do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Biden, nos Estados Unidos.
"Nós, da parte brasileira, apresentamos a proposta de que os EUA poderiam contribuir com o Fundo Amazônia. John Kerry disse que poderia anunciar, e tivemos uma série de desdobramentos que levaram ao anúncio da contribuição, no comunicado conjunto entre os governos", explicou Marina.
Recursos para ações emergenciais
A doação ao Fundo Amazônia precisa passar pela aprovação do Congresso norte-americano. Para a ministra, porém, o chefe de Estado demonstrou disposição para articular o montante. O anúncio foi feito por Biden hoje pela manhã, durante participação em um fórum virtual com outros chefes de Estado, incluindo Lula. Marina ressaltou ainda que todos os doadores, até o momento, fizeram questão de fazer um "primeiro aporte robusto".
Além dos US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia, os Estados Unidos anunciaram aporte de US$ 50 milhões para iniciativas do BTG Pactual contra o desmatamento, e um valor de US$ 1 bilhão ao todo para iniciativas de combate ao desmatamento na América Latina.
Por enquanto, segundo Marina, o Fundo da Amazônia continuará a ser usado para financiar ações de combate ao desmatamento e outras iniciativas em caráter emergencial. Segundo a ministra, a intenção é que, em cerca de dois anos, o Fundo volte a ser usado para sua finalidade original, de fomentar Ciência e Tecnologia.