O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (20/4) que o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deixou o cargo "por conta própria".
"Não. Ele saiu por conta própria", relatou o chefe do Executivo a jornalistas do Valor Econômico e do jornal O Tempo ao ser questionado se estava "chateado" com a situação. A declaração ocorreu quando o presidente chegava ao evento onde anunciou repasse de R$ 2 bilhões para hospitais filantrópicos no Palácio do Planalto. Lula não discursou no evento.
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Ontem (19/4), o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, pediu demissão. A decisão ocorreu após vazarem imagens dele e de agentes da pasta interagindo com os golpistas no dia dos atos terroristas de 8 de janeiro.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, ex-interventor federal no DF, assumiu o Gabinete de Segurança Institucional de maneira interina.
Sem rancor com militares
Ontem, sem citar diretamente o caso, ao participar do lançamento do Processo de Elaboração do PPA Participativo (Plano Plurianual), o presidente afirmou que o Brasil "não tem espaço para fascista, nazista e quem não gosta da democracia".
Mais tarde, em evento de recomposição orçamentária das universidades, Lula afirmou ter ficado na dúvida sobre comparecer ao evento do Dia do Exército, comemorado ontem. O chefe do Executivo disse que "andava magoado", mas garantiu ter ido à cerimônia para sinalizar não guardar rancor da corporação e mostrar que o assunto envolvendo militares e o antigo governo Jair Bolsonaro (PL) está superado.
“Hoje [ontem] foi dia do Exército Brasileiro. E todo mundo sabe o quanto eu andava magoado com os militares neste país por conta de tudo que aconteceu. E eu fiquei a noite toda pensando: 'vou ou não vou, vou ou não vou?'. Tomei a decisão de ir, e acho que foi Deus que me ajudou a decidir, porque eu fui para mostrar que eu não guardo rancor”, afirmou Lula. O petista emendou ainda que esse “não é mais o Exército de Bolsonaro”.