Jornal Correio Braziliense

Oferta inicial era de US$ 50 milhões

Biden anuncia intenção de doar US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia

O anúncio foi feito pelo presidente norte-americano nesta quinta-feira (20/4), em discurso no Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima. Valor depende da aprovação do Congresso dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (20/4) que pedirá ao Congresso norte-americano a doação de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia pelos próximos cinco anos. O valor é 10 vezes maior do que o previsto inicialmente, de US$ 50 milhões. Caso o valor seja aprovado, o país será um dos maiores doadores do fundo, destinado à proteção da região amazônica, atrás da Noruega e da Alemanha, respectivamente.

"Hoje, eu tenho o prazer de anunciar que vou pedir os fundos para que possamos contribuir com US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia e outras atividades relacionadas ao clima para apoiar os esforços renovados do Brasil para acabar com o desmatamento até 2030", declarou Biden em discurso virtual no Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima.

"A Corporação Financeira dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional [DFC, na sigla em inglês] está trabalhando com outras [instituições] para um valor adicional de US$ 1 milhão para preservar a Amazônia e outros ecossistemas críticos na América Latina", acrescentou o presidente norte-americano.

Anúncio em meio a tensão

O tema foi tratado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Biden durante visita do presidente brasileiro aos Estados Unidos, em fevereiro. A intenção inicial do governo norte-americano era doar um valor de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia. Em visita ao Brasil, o assessor especial dos EUA, no final de fevereiro, sinalizou que o repasse não deveria ser maior do que o pleiteado originalmente.

Lula também participa virtualmente do Fórum, que reúne chefes de Estado das maiores economias do mundo. Sua participação, assim como a dos demais líderes, não será transmitida.

O anúncio ocorre em meio a tensão entre Estados Unidos e Brasil pelas falas recentes de Lula sobre a guerra na Ucrânia. O petista afirmou, durante viagem à Ásia, que os Estados Unidos estimulam o conflito e que a Ucrânia, invadida pela Rússia, também é responsável pela guerra.