O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, pediu demissão na tarde desta quarta-feira (19/4). A decisão ocorreu após vazarem imagens dele e de agentes da pasta interagindo com os golpistas no dia dos atos terroristas de 8 de janeiro. A informação foi confirmada pelo Correio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com aliados nesta tarde para decidir o futuro do GSI. Ele foi aconselhado a demitir Gonçalves Dias. Nesta manhã, a CNN divulgou gravações das câmeras de segurança do Palácio do Planalto, mostrando que o ministro-chefe do GSI e outros oficiais do órgão estavam circulando pelo edifício em meio à invasão dos extremistas.
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Em outras imagens é possível vê-los interagindo e orientando os criminosos. Às 16h29 daquela data, duas câmeras registraram Gonçalves Dias durante ataques de invasores no Palácio do Planalto. Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional afirmou que vai apurar a conduta dos envolvidos. O órgão também afirmou que a ação dos agentes foi uma estratégia para a evacuação dos prédios invadidos pelos extremistas. Segundo o comunicado, o caso já é investigado internamente para verificar qualquer irregularidade.
Ausência na CPI
Horas depois da divulgação das imagens, Gonçalves Dias informou que iria ao depoimento marcado na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados. Ele prestaria esclarecimentos sobre as ações de sua pasta durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro — que culminaram na depredação dos prédios dos Três Poderes. Como justificativa, o ministro apresentou um atestado médico e se colocou “à disposição para agendamentos futuros".
Gonçalves Dias é o responsável por orientar o serviço de inteligência de segurança do presidente da República. Ele foi convocado a prestar depoimento por parlamentares de oposição. Os políticos alegam que os ministros do governo Lula teriam prevaricado nas ações de enfrentamento aos bolsonaristas que destruíram os prédios.