O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou nesta quarta-feira (19/4) que o programa "Voa Brasil", que prevê passagens aéreas a R$ 200 o trecho para aposentados, servidores, estudantes e pessoas de baixa renda, foi uma sugestão das próprias companhias aéreas — Latam, Gol e Azul — para reduzir a ociosidade. França foi ouvido nesta manhã em sessão conjunta da Comissão de Infraestrutura e da Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado.
"Eles sugeriram, que a gente fizesse um programa até R$ 200 o assento para qualquer trecho, não para todo mundo, mas para aqueles 90% que não voam, ou seja, ir buscar o passageiro que não está habituado a voar. Eles não têm esse dado. Quem tem esse dado somos nós [governo federal]", declarou o ministro aos parlamentares, ao explicar o programa.
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França também voltou a negar que a iniciativa tenha subsídio do governo federal. "O que eles nos pedem é que, no aplicativo deles mesmos, sem nenhum subsídio, eles implantem os voos que vão ser R$ 200 e nos vamos dizer: essa pessoa não voou há um ano. Se a pessoa não voou há um ano, pode comprar. Se a pessoa for financiar, aí tem diversas possibilidades", explicou o chefe da pasta.
Redução da ociosidade
Batizado de "Voa Brasil", o anúncio inicial da proposta causou repercussão no governo, incluindo bronca do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra medidas anunciadas sem o aval da Presidência. Recentemente, porém, França declarou que Lula já está de acordo com o programa, que deve ser implementado a partir de agosto.
Segundo França, as companhias aéreas o procuraram logo após ele assumir a pasta, trazendo demandas como a redução de impostos e do valor dos combustíveis. O ministro, porém, rebateu que as empresas têm um "problema muito maior", já que as passagens áreas "são um absurdo de caras".
"Eles têm ociosidade depois do carnaval, metade de fevereiro, março, abril, maio e um pedaço de junho, no começo. Depois eles têm ociosidade em agosto, setembro, outubro e novembro. Nesse período, na média, eles voam com 21% de assentos vazios. Quando não voam vazios, eles queimam esses assentos junto àquelas empresas que acumulam milhas. Então, na verdade, eles não recebem é nada", frisou o ministro.