Para marcar os 100 dias dos ataques de 8 de janeiro, nesta terça-feira (18/4), o Senado Federal vai realizar a abertura da exposição fotográfica “8 de Janeiro – Reflexões do Senado – 100 Dias da Invasão”. A mostra, que fica aberta ao público até o dia 26 de abril, das 8h às 18h, reúne 50 imagens do ataque ao Congresso Nacional. O objetivo da exposição é lembrar o ataque simbólico e concreto à democracia brasileira. A abertura da mostra será na terça-feira (18/4), às 15h30, no Salão Negro.
Os prejuízos gerados pelas invasões do Congresso, Supremo Tribunal e Palácio do Planalto foram computados em mais de R$ 20 milhões. Apenas na Casa Alta, a depredação custou cerca de R$ 4 milhões. Em 8 de janeiro, no início da tarde, os manifestantes saíram do acampamento em frente ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Sul, em direção à Esplanada. Na ocasião, milhares de pessoas participaram dos atos em oposição ao resultado das eleições. Os edifícios foram atacados com pedras, pichados e tiveram vidraças destruídas.
Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o Supremo Tribunal Federal (STF) reabrirá, na terça-feira, o segundo andar da sede da Corte, destruída durante os atos de 8 de janeiro. O local passou por obras de restauração, que foram concluídas na semana passada. Segundo a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, só o salão nobre do segundo andar ainda continuará em obras de restauro.
Julgamento
Na virada para o dia 18/4, à meia noite, o STF começará a julgar as 100 primeiras denúncias que foram apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação ao 8 de janeiro. O julgamento ocorre no plenário virtual — formato no qual não há debate, e os magistrados votam por meio de um sistema eletrônico até o dia 24 de abril.
Dos 11 magistrados, pelo menos seis precisam votar no mesmo sentido para ocorrer absolvição ou condenação dos réus. No total, foram 300 denúncias apresentadas pela PGR em relação a quem executou a invasão aos prédios públicos. A presidente da Corte atendeu ao pedido do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga os ataques. Serão analisados dois inquéritos: um que apura quem financiou e incentivou os atos, e o outro que investiga as ações daqueles que executaram a depredação. Caso as denúncias sejam aceitas essas pessoas se tornam réus em ações penais, e caberá ao Supremo decidir se absolve ou se condena essas pessoas.
“Caso as denúncias sejam aceitas, eles viram réus, e o processo será iniciado. Nestes casos, haverá coleta de provas e depoimentos de testemunhas de defesa e acusação. Depois, o STF ainda terá de julgar se condena ou absolve os acusados, o que não tem prazo específico para ocorrer”, explica o STF, em nota. Mais de 1500 pessoas foram detidas após as invasões e 269 permanecem presas.