O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (14/4) estar satisfeito com os resultados da viagem à China. O chefe do Executivo defendeu ter sentido "uma extrema vontade" por parte do líder chinês Xi Jinping e de ministros na interação com o Brasil e destacou que o país precisa defender seus interesses. A declaração foi feita a jornalistas na saída do hotel onde ficou hospedado durante visita a Pequim.
"A nossa relação estratégica acho que vai se aperfeiçoando cada vez mais e nós não precisamos romper e brigar com ninguém para que a gente melhore. O Brasil tem que procurar os seus interesses, ir atrás daquilo que ele necessita. O Brasil tem que fazer acordos possíveis com todos os países. Nós não temos escolhas políticas, ideológicas. Nós temos uma escolha de interesse nacional, do povo brasileiro, da indústria nacional, da nossa soberania", continuou.
- Lula diz que viagem à China não é capaz de "criar arranhão" com os EUA
- Lula sobre Ucrânia: "É preciso que os EUA parem de incentivar a guerra"
Lula citou tecnologia e transição energética como uns dos principais objetivos da agenda.
"Penso que uma coisa importante está acontecendo na relação Brasil e China. A gente está ultrapassando aquela fase das commodities e entrando em outras necessidades. A gente está entrando na questão digital. Temos muito a aprender com os chineses. Entrando na questão da cultura, é preciso que a gente aprenda e os chineses também que é necessário ter mais chineses nas universidade brasileiras e mais brasileiros nas universidade chinesas. É preciso que a gente discuta a transição energética porque o Brasil tem potencial extraordinário de energia limpa e os chineses podem nos ajudar não apenas na construção da nova matriz energética, mas as empresas deles participando em associação com empresas brasileiras", disse.
O petista defendeu também que há responsabilidade por parte dos chineses com a questão ambiental. "Nós não estamos em lados opostos. Acho que em algum momento a gente podia ter estado de lados opostos. Agora acho que há uma conjugação de interesses para todo mundo entender que o planeta é um só, que estamos dentro do mesmo barco e se ele afundar não escapa ninguém. Então, os chineses têm responsabilidade com a questão ambiental, o Brasil tem responsabilidade e o mundo tem responsabilidade".
"O mundo industrializado precisa cumprir com sua tarefa. Não é só oferecer dinheiro para os países pobres, às vezes dinheiro que não aparece, às vezes tem muito discurso de dinheiro e pouco dinheiro aparece. É preciso que todos, do mais ao menos industrializado tenham a preocupação com o cuidado com o planeta", concluiu.
Lula desembarca neste sábado (15/04) em Abu Dhabi e, posteriormente, retorna ao Brasil na noite de domingo (16/4).