A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, disse que a China será uma importante parceira no reflorestamento do Brasil. Ela anunciou a jornalistas, em Pequim, que os dois países criaram um subcomitê específico sobre meio ambiente. Por meio de acordos tecnológicos com os chineses, o governo federal pretende aumentar a rastreabilidade florestal no país.
"Queremos trabalhar com rastreabilidade, e o Brasil tem um potencial muito grande para ser, ao mesmo tempo, uma potência agrícola e uma potência florestal", afirmou Marina, que integra a comitiva brasileira que viajou ao país com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Devido à experiência da China com reflorestamento e florestamento, já foi recomposto, em seu território, cerca de 70 milhões de hectares verdes. A partir disso, segundo a ministra, o Brasil poderá cumprir a meta de desmatamento zero.
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"Eles (China) foram capazes de reflorestar cerca de 70 milhões de hectares. Eu tenho (no Brasil) uma grande quantidade de área com floresta, mas também uma grande quantidade de área degradada, e nós queremos fazer uma cooperação no terreno da recuperação florestal", explicou.
Marina disse ainda que a entrada desses assuntos nos acordos de cooperação entre os dois países demonstra compromisso com o banimento do desmatamento e com o desenvolvimento sustentável pelo governo Lula.
Subcomitê
Em 2004, quando foi estipulado o comitê de cooperação Brasil-China, o meio ambiente não estava entre os 10 grupos que discutiam os assuntos prioritários entre as duas nações. Desta vez, a articulação promoveu a criação de um subcomitê que tratará do tema.
"Durante todo esse processo de negociação houve um esforço e um entendimento político estratégico, tanto do governo brasileiro, do presidente Lula, quanto do governo chinês, do presidente Xi Jinping, de que era necessário colocar a questão da mudança do clima, da proteção do meio ambiente, do desenvolvimento sustentável no mais alto nível nas prioridades", declarou a ministra do Meio Ambiente.
Os dois países assinaram hoje um acordo de cooperação para as mudanças climáticas. Entre as medidas estabelecidas está uma ação urgente para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Isso, na visão de Brasil e China, deve ser feito de forma multilateral e coletiva com o Grupo dos 77 — coalizão de nações em desenvolvimento com objetivo de promover interesses econômicos.