A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que os 100 primeiros dias à frente da pasta foram desafiadores, e que ela tem mantido o diálogo com a Câmara e com o Senado Federal, pautando temas importantes desde violência política até questões educacionais. Anielle defendeu ações transversais entre ministérios e governos federal, estaduais e municipais para combater o racismo.
“A gente tinha um leque de urgências para a população negra, tinha que pensar o que poderíamos de fato entregar com concretude para essa população, que tem tanta urgência e emergência, até os 100 dias”, explicou Anielle em entrevista aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Rosane Garcia, na edição desta sexta-feira (14/4) do CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília. “Nós fizemos um apanhado de alguns temas e, no último dia 21 de março, entregamos um pacote da igualdade racial que tinha essa data dentro do período dos 100 dias. Nós aproveitamos e corremos um pouco mais para podermos entregar”, completou.
- Anielle se diz preocupada com "exposição à violência" de moradores das comunidades
- "Temos que dar passos concretos", diz Anielle Franco
- Anielle Franco é escolhida uma das mulheres do ano de 2022 pela revista 'Time'
A ministra citou, na entrevista, o decreto que reserva às pessoas negras (pretas e pardas) o percentual mínimo de 30% na ocupação em Cargos Comissionados Executivos (CCE) e Funções Comissionadas Executivas (FCE) na Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. O objetivo do decreto é incentivar a presença dessa minoria nos espaços decisórios e de liderança, considerando seu papel na formulação e implantação de políticas públicas voltadas para todos os segmentos da sociedade.
“Esse decreto para mim tem um valor muito importante porque começamos a dar o exemplo por nós. Se a gente está sempre falando em ter pessoas negras em todos os cargos de decisão porque também não começarmos a partir do governo federal?”, questionou.
Diálogo
Sobre o Congresso, a chefe da pasta da Igualdade Racial afirmou manter uma relação de diálogo para debater pautas importantes e destacou que, mesmo durante a troca de governo, a população continua precisando de políticas públicas efetivas.
“Tanto na Câmara quanto no Senado, a gente já esteve lá. Já estive no Congresso duas vezes, conversando e pautando coisas também, como violência política, educação. Estive no Senado esta semana, conversando na comissão de direitos humanos, gente sempre procura ter esse diálogo. A gente sabe que sai um governo, entra outro, mas as pautas, o povo segue precisando de atitudes concretas e de políticas públicas.”
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro