O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) anunciou nesta quinta-feira (13/4) que abriu mão da relatoria da medida provisória que retoma o Programa Minha Casa, Minha Vida (MP 1162/23), enviada pelo governo de Lula (PT) ao Congresso. A decisão é resultado de acordo entre os líderes partidários e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que estiveram reunidos na manhã de hoje.
“Para garantir o funcionamento da comissão mista sem obstruções, assumiremos a vice-presidência da comissão e não mais a relatoria”, afirmou o parlamentar, em nota. Boulos disse ainda que houve um acordo para que suas contribuições ao texto sejam incorporadas pelo novo relator. A relatoria da proposta ficou com o deputado Fernando Marangoni (União Brasil-SP).
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Boulos havia sido designado o relator na última terça-feira (11/4), mas sua indicação gerou atrito com o partido presidido por Luciano Bivar (PE). Na saída da reunião, na manhã de hoje, Boulos disse que tudo não passou de um mal entendido. "Houve um problema de mal entendido, de informações. Para poder viabilizar o entendimento, o compromisso para que a comissão ande, houve acordo", explicou.
Em entrevista coletiva concedida ontem, o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento, havia acusado Boulos de agir de má-fé, mas se desculpou pela ênfase em sua defesa à relatoria pertencente ao partido. “Sempre tivemos a melhor relação possível. É claro e compreensível que eu defenda os interesses do meu partido, e peço desculpa se em algum momento me extrapolei pessoalmente na defesa desses entendimentos”, disse Elmar, que afirmou ainda que Boulos vem se destacando em sua atuação desde que chegou à Câmara dos Deputados.
Outra MP cara ao governo é a do Bolsa Família (1164/23), que na terça-feira ainda estava sem relator definido e, por isso, não teve sua comissão mista instalada. A proposta será relatada pelo deputado Dr. Francisco (PT-PI) no colegiado.