A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal Gleisi Hoffmann, criticou a grande presença de empresas do agronegócio na "lista suja" do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Atualizada na quarta-feira (5/4), a lista possui 289 empreendimentos, sendo que 172 são ligados à atividade rural.
Gleisi afirma que as empresas ainda vivem no século passado e que não possuem nada de "pop". "Das 289 empresas da lista suja do trabalho escravo, 172 são de atividades rurais. Parte do agro brasileiro vive no século passado lucrando em cima de trabalhadores, com desmatamento e agrotóxicos. Não tem nada de pop nisso", disse a presidente do PT no twitter.
- Início do governo Lula fica marcado pela preocupação social
- 100 dias: Lula inicia governo em águas turbulentas
- Governo Lula é marcado pela busca do protagonismo internacional do Brasil
A atualização incluiu 132 novos empregadores, a maior inclusão registrada desde 2017, quando a lista voltou a ser publicada, após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar a constitucionalidade do documento, suspenso de 2014 a 2016.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destaca que é de suma importância dar publicidade à lista de empresas que usam trabalho análogo à escravidão. “Aqueles que forem flagrados fazendo uso de mão de obra análoga à de escravo, devem ser devidamente responsabilizados”, afirmou.
Marinho também informou que somente este ano já foram mais de mil pessoas resgatadas em situação de trabalho análogo à escravidão. "Vamos produzir um entendimento para que esses casos voltem a cair e possamos erradicar o trabalho análogo ao de escravo no Brasil”, afirmou.
Já em 2022 o número de trabalhadores resgatados chegou a 2469 pessoas, o maior indice desde 2012, segundo dados oficiais sobre o combate ao trabalho escravo, disponíveis no Radar do Trabalho Escravo da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT).