Jornal Correio Braziliense

forças armadas

Lula recebe novos generais em mais um ato de distensão

Foram promovidos 56 oficiais para postos de oficiais-generais: general de brigada, contra-almirante e brigadeiro

Brasília e Lisboa — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, ontem, da cerimônia de apresentação dos oficiais-generais recém-promovidos, no Palácio do Planalto. O evento ocorreu em um momento em que o chefe do Poder Executivo e os comandos das Forças Armadas ensaiam uma reaproximação, após a tensão nos dias seguintes aos atos terroristas de 8 de janeiro — quando os militares foram apontados de serem coniventes com a tentativa de golpe de Estado pelos bolsonaristas, além de vários deles terem participado da invasão às sedes dos Três Poderes

No último dia 21, Lula afirmou que as Forças Armadas assumiram o compromisso de despolitizar a corporação e manifestou que poderia enviar ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para determinar que a passagem à reserva de militares que pretendam concorrer a cargo eletivo ou ocupar cargos civis em governos. "Quero fazer com que eles participem das coisas que fazemos. A gente só vai conseguir que esse país seja democrático quando a gente conviver igualmente. Vou tratá-los com o respeito que merecem, e quero que tratem a democracia como merece", cobrou.

Nesse processo de distensionamento, Lula almoçou, no último dia 15, com o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. No dia 23, o presidente visitou o Complexo Naval de Itaguaí (RJ), para acompanhar os avanços do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub). Lula também sinalizou que pretende investir na modernização do equipamento das três Forças.

Ontem, foram promovidos 56 oficiais para postos de oficiais-generais: general de brigada, contra-almirante e brigadeiro. À cerimônia estiveram presentes, além do almirante Olsen e Múcio, o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

Viagem

Já a estadia de Lula e sua comitiva em Portugal será, em parte, bancada pelo governo lusitano, por tratar-se de uma praxe diplomática. As sugestões de hotéis para hospedar o grupo foi entregue ao ministro-chefe do Cerimonial do Itamaraty, Mauro Furlan, que esteve em Lisboa na semana passada chefiando a missão precursora da viagem.

Não está descartada, porém, a possibilidade de o presidente se instalar na residência oficial da Embaixada do Brasil em Lisboa. A mansão fica no Restelo, uma das áreas mais nobres da capital portuguesa. Lula desembarca no país dia 21 para participar da reunião de cúpula entre os governos.