Jornal Correio Braziliense

ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Moraes autoriza visita de Bia Kicis e Izalci Lucas a golpistas na penitenciária

Parlamentares poderão se encontrar com presos pelos atos terroristas de 8 de janeiro. Autorização não é estendida a acompanhantes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta terça-feira (4/4), que a deputada Bia Kicis (PL-DF) e o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) visitem os presos pelos atos terroristas de 8 de janeiro. Os parlamentares poderão ter acesso ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e também à Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia.

Moraes destacou a preocupação com a segurança de todos os envolvidos. Izalci e Bia Kicis também não poderão levar acompanhantes. "Não obstante, embora seja possível o deferimento de requerimentos formulados pelos parlamentares, é plenamente justificada a aplicação de restrições específicas, como já destacado pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, consideradas as questões relativas à gestão penitenciária e de segurança, para a preservação da integridade física das autoridades visitantes, dos agentes penitenciários e dos próprios custodiados", escreveu o ministro.

Em março, o ministro do STF já havia concedido aos deputados Evair de Melo (PP-ES) e Sanderson (PL-RS) a autorização para visitar os golpistas. Eles também tiveram que seguir as mesmas normas impostas a Izalci e Kicis.

Ao todo, 1.406 pessoas foram presas por participarem dos atos golpistas que resultaram na destruição dos prédios dos Três Poderes. Após centenas de audiências de custódias e medidas cautelares, ainda permanecem em regime fechado 294 pessoas atualmente.

Entenda 

Em 8 de janeiro de 2023, extremistas invadiram e depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes por não aceitarem a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Diante da situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal para assumir a segurança do DF. O governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo e Anderson Torres, que respondia pela segurança pública da capital, foi preso.