Jornal Correio Braziliense

joias sauditas

Defesa de Bolsonaro diz que devolverá terceira caixa de joias sauditas

Como havia feito com um segundo pacote de joias, este avaliado em cerca de R$ 1 milhão, Bolsonaro reteve os bens para si, em vez de despachar serem incorporados ao patrimônio do Estado brasileiro

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai devolver a terceira caixa de joias dadas a ele pelo regime da Arábia Saudita, em 2019. O conjunto, estimado em pelo menos R$ 500 mil, inclui um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes, um anel e outros itens. Não houve confirmação se essa entrega já ocorreu, apesar de a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o assunto ter ocorrido na última quarta-feira.

Como havia feito com um segundo pacote de joias, este avaliado em cerca de R$ 1 milhão, Bolsonaro reteve os bens para si, em vez de despachar os itens para serem incorporados ao patrimônio do Estado brasileiro.

Após a revelação do caso, o TCU determinou a entrega imediata da terceira caixa, da mesma forma como já tinha deliberado sobre o segundo pacote. A Corte também alertou Bolsonaro sobre o fato de já não ter informado e entregado esse terceiro pacote de joias.

O posicionamento do TCU irritou a defesa de Bolsonaro, que criticou o tribunal. Em representação enviada a Augusto Nardes, relator do caso, a defesa afirmou que "a delonga na entrega efetiva dos bens" ocorreu "unicamente em razão da burocracia desta Corte".

"Infelizmente, a deliberação quanto ao local apropriado para o depósito, bem como a expedição de ofícios e diligências para efetivar a entrega segura e transparente dos bens se arrastou mais do que o esperado, o que acabou contribuindo ainda mais para a demora e gerou na mídia e na opinião pública a impressão de recusa por parte do peticionário em colaborar com uma entrega que ele próprio requereu inicialmente", afirmou, no documento.

A decisão do TCU, porém, foi tomada na quarta-feira, 29, e já informava que o local de destinação do terceiro pacote deveria ser a agência da Caixa localizada na Asa Sul, região central de Brasília, a mesma que já tem a guarda do segundo pacote de joias retido irregularmente por Bolsonaro.

Na representação, os advogados registram, ainda, "indignação com a forma como essa situação acabou sendo tratada no último despacho, visto que a relação do acervo privado do ex-presidente da República, que será, inclusive, auditado tão logo o Tribunal de Contas da União determine e viabilize essa diligência, é pública e disponível, estando à total disposição para consulta dos órgãos de fiscalização".