O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), elogiou as críticas do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) aos ganhos do topo do funcionalismo público dos Três Poderes e disse que é a 'primeira vez que vê um senador com essa coragem'.
Haddad, junto da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participaram de uma sessão no Senado que debateu "Juros, inflação e crescimento", nesta quinta-feira (27/4).
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"O que mais a gente viu nesse país foi gastar mais que arrecadar. Está na hora de realmente fazer o limite de gastos, mas para quem realmente tem que diminuir esses gastos. Quem gera riqueza é o trabalhador e empresário. Quem gera despesa somos nós, os três poderes", afirmou o político mineiro no plenário da Casa.
Em suas considerações finais, Haddad afirmou que tem interesse em projetos que visam cortar ganhos do topo do funcionalismo público. No que o senador interrompeu para reclamar que um juiz não pode receber R$ 1 milhão de férias.
"Seu discurso foi música para os meus ouvidos. Primeira vez em muito tempo que eu vejo um senador com a sua coragem colocar o dedo em uma ferida tão expressiva da sociedade brasileira e que comove tanto a população de baixa renda, que ficou sete anos sem aumento de salário mínimo", elogiou o ministro.
Em seguida, Haddad afirmou que o reajuste no salário mínimo foi "pequeníssimo, mas com algum alento" para as classes mais pobres. O novo salário mínimo, aprovado este ano, será de R$ 1.320, um reajuste de R$ 18 comparado com o anterior. O decreto deve ser assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Dia do Trabalhador, no 1º de maio.
Cleitinho também criticou as altas taxas que incidem sobre produtos e sobre a população mais pobre e sobre cobranças que o poder público faz sobre serviços não prestados.
"Lá em Minas Gerais, a conta de água cobra uma taxa de esgoto. Nem todas cidades tem tratamento de esgoto. É um roubo legalizado. A população mineira paga uma taxa (por um serviço) que não existe", criticou o parlamentar de oposição.
A reforma tributária foi citada pelo político mineiro. "Não tem condição que um cidadão brasileiro que recebe R$ 5 mil pagar imposto de renda de 27%."
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