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General Amaro é escolhido como ministro-chefe do GSI

Com o anúncio, que pode ser feito hoje, Lula põe fim a uma queda de braço no governo sobre a configuração do GSI e mantém a estrutura formada por militares

Correio Braziliense
postado em 28/04/2023 03:55 / atualizado em 02/05/2023 13:05
 (crédito: Carolina Antunes/PR)
(crédito: Carolina Antunes/PR)

O general Marcos Antônio Amaro dos Santos será o novo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A escolha foi confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, em reunião com ministros, no Palácio da Alvorada.

Com o anúncio, que pode ser feito hoje, Lula põe fim a uma queda de braço no governo sobre a configuração do GSI e mantém a estrutura formada por militares.

Amaro chefiou a Casa Militar no segundo mandato de Dilma Rousseff, interrompido pelo impeachment, e vai substituir o general Gonçalves Dias, que caiu no dia 20.

A queda de G. Dias, como é chamado, ocorreu após vídeo do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostrar que em 8 de janeiro ele circulou pelo terceiro andar do prédio, onde está o gabinete de Lula, sem repreender os invasores golpistas.

O ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, determinou, ontem, a demissão de mais 58 servidores da pasta. Ao todo, 87 funcionários do GSI foram dispensados depois dos atos antidemocráticos, em um movimento que ficou conhecido no Planalto como "desbolsonarização" do governo.

Na gestão de Jair Bolsonaro, Amaro foi chefe do Estado-Maior do Exército e comandante militar do Sudeste. Quando trabalhou com Dilma, costumava acompanhá-la nos passeios de bicicleta em torno do Alvorada.

Mesmo após a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e uma ala do PT pregarem mudanças no GSI, insistindo na escolha de um civil para o cargo, os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Casa Civil, Rui Costa, sempre disseram que o gabinete deveria ser comandado por um militar.

"As Forças Armadas estão pacificadas", afirmou Múcio. "Não é hora de mudar o comando", completou ele, numa referência ao GSI. Em março, Lula tirou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) da alçada do GSI e a transferiu para a Casa Civil. Desde que o petista assumiu a Presidência, havia a desconfiança de que uma "Abin paralela", a serviço de Bolsonaro, atuava no Planalto.

Depois de tantas crises, o governo não quer criar nova frente de atrito com os militares. Aliados do chefe do Executivo têm sido orientados a intensificar a ofensiva contra bolsonaristas na CPMI criada para investigar os ataques de 8 de janeiro e a mostrar quem financiou o vandalismo na Praça dos Três Poderes — com pagamento de alimentação, passagens e hotéis em Brasília. A ordem, porém, é para que a base de Lula não adote estratégias que possam atingir generais próximos ao PT.

Vacinação

Prestes a retornar à secretaria-executiva do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli disse, ontem, que editará portaria para obrigar os servidores do GSI a apresentar caderneta de vacinação com todos os registros atualizados.

"Quem mantém contato com o presidente da República deve cumprir o que orientam as autoridades sanitárias", escreveu o ministro interino em sua conta no Twitter.

Na reunião ministerial sobre os 100 dias de governo, no dia 10, Lula já havia afirmado que servidores do Planalto deveriam apresentar carteira de vacinação para ter acesso ao prédio. "Ainda tem muita gente que não gosta da democracia impregnada aqui. Vamos conversar, porque, neste palácio, não trabalhará ninguém que não tenha o cartão de vacina", enfatizou ele, na ocasião. Na prática, a medida também permitirá identificar quem é bolsonarista radical.

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