O ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se reúne nesta terça-feira (25/4), com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O magistrado entrega ao parlamento contribuições para um projeto de lei que pretende fixar regras de combate às fake news no país. A reunião com Pacheco começou por volta das 14h40.
O encontro com Lira ocorre na sequência da conversa com Pacheco. Nos últimos anos, Moraes passou a atuar no combate as informações falsas, principalmente de cunho eleitoral, como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), onde preside um inquérito que apura fake news contra a corte e no TSE, onde conduziu as eleições e atuou para derrubar perfis que espalharam desinformação contra as eleições, inclusive de parlamentares federais.
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O projeto de lei é apoiado por empresários do setor de comunicação e cria regulamentação para as redes sociais, como a intenção de obrigar a retirada de conteúdo criminoso ou ilegal, como publicações que envolvem pedofilia, violência contra escolas, publicações contra Estado democrático de direito, terrorismo, entre outros.
O projeto já passou no Senado e deve tramitar agora no plenário da Câmara. A oposição ao governo, por outro lado, afirma que o texto se trata de censura e uma regulação das redes sociais, com objetivo de impedir manifestações de oposição ao governo por meio das mídias digitais.
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Moraes quer que conteúdos criminosos, como mensagens que violem direitos da criança e do adolescente ou que propaguem ideais racistas, homofóbicas e nazistas ou contenham informações falsas sobre o sistema eleitoral, sejam removidos imediatamente, sob responsabilização das empresas.
O que diz a lei
O artigo 4 prevê como objetivos da nova lei:
I o fortalecimento do processo democrático por meio do combate ao comportamento inautêntico e às redes de distribuição artificial de conteúdo e do fomento ao acesso à diversidade de informações na internet no Brasil;
II – a defesa da liberdade de expressão e o impedimento da censura no ambiente online;
III – a busca por maior transparência das práticas de moderação de conteúdos postados por terceiros em redes sociais, com a garantia do contraditório e da ampla defesa;
IV – a adoção de mecanismos e ferramentas de informação sobre conteúdos impulsionados e publicitários disponibilizados para o usuário
Na prática
O projeto veda o uso de contas inautênticas e automatizadas (robôs)
Obriga a identificação de conteúdos patrocinados e impulsionados (publicidade)
Provedores poderão exigir número de identidade de contas suspeitas de serem fakes
Aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, terão de suspender o perfil de quem deixar de ter cadastro nas operadoras de celular
Mensagens em massa enviadas por aplicativos devem ser guardadas por três meses
Notificação
Provedores devem avisar o usuário antes de aplicar sanções, como a suspensão do perfil
Em caso de crime, não é necessária a notificação prévia, mas deve haver possibilidade de apresentar recurso
Provedores devem informar número de usuários ativos e inativos no Brasil a cada trimestre
Perfis de instituições e de políticos nas redes sociais passam a ser consideradas de interesse público e devem seguir as demais regras
Governo será obrigado a informar na internet gastos com publicidades em sites
Punição
A empresa que descumprir a regra poderá sofrer multa de 10% do seu faturamento no Brasil, além de outras punições cíveis e penais.
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