A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, acertou nesta segunda-feira (24/4), em Portugal, a criação do Prêmio Marielle Franco para a investigação de casos de racismo e xenofobia no país europeu. O acordo foi firmado em reunião com integrantes do Observatório de Combate ao Racismo e à Xenofobia da Universidade Nova de Lisboa.
O governo brasileiro e o Observatório se comprometeram a atuar mais fortemente, e com maior cooperação, no combate aos casos de xenofobia e racismo. Pela manhã, Anielle reuniu-se com o Comitê Popular de Mulheres Brasileiras em Portugal, ao lado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, onde ouviu das imigrantes casos de discriminação, falta de dados sobre o problema e falta de canais de denúncia.
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"O Brasil é referência mundial na produção de políticas públicas de igualdade racial, e passa por um momento de avanço com a criação do nosso ministério. Podemos contribuir com Portugal para uma formulação de diagnóstico e no consequente avanço dessas políticas. A parceria com o Observatório é o primeiro passo para isso", declarou Anielle.
No encontro, a ministra destacou a necessidade de produção de dados sobre a população negra de Portugal, que inclui migrantes brasileiros e africanos. Uma das medidas seria a inclusão desse recorte no Censo português.
Janja
Em coletiva de imprensa após o encontro com as mulheres brasileiras, em um hotel de Lisboa, Anielle destacou que ainda não há um canal de denúncias para casos de racismo e xenofobia contra brasileiros, e que essa será uma das iniciativas trabalhadas com o governo de Portugal.
"O que as mulheres relataram é que tem várias situações de vulnerabilidade, muitas, e que muitas vezes elas não conseguem chegar até eles. Então, acho que essa troca, seja a partir do comitê, dessa abertura de diálogo, vai ser fundamental, e nisso a gente conseguiu ajudar hoje", frisou a ministra da Igualdade Racial.
Anielle também destacou o papel de Janja na reunião. Segundo a ministra, a primeira-dama recebeu o pedido das integrantes do Comitê no dia anterior, e o acatou prontamente.
"Eu sempre defendo muito a postura da Janja, porque eu acho que ela ressignifica esse lugar de primeira-dama. Ela nem gosta de ser chamada de primeira-dama, mas eu senti isso muito na campanha de 2022, onde muitas vezes nós estávamos juntas e também do 'buscar e falar'", declarou Anielle.
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