Lisboa — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido na manhã deste sábado (22/4) pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, com honras de chefe de Estado. Sob um sol escaldante, o líder brasileiro passou a tropa em revista, em frente ao Mosteiro dos Jerônimos, que foi fechado à visitação pública.
O que mais chamou a atenção foi o forte esquema de segurança montado para o evento. Pelo menos duas centenas de policiais foram destacados para a operação. O temor era de tumulto, diante das convocações feitas pelo deputado André Ventura, do Chega, partido de extrema-direita que, sistematicamente, tem atacado o petista.
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A linha dura imposta pelos policiais, no entanto, não impediu que um grupo de apoiadores de Lula se aglomerasse na Praça do Império. O entusiasmo era tamanho que, mesmo durante a execução dos hinos de Portugal e do Brasil, eles gritavam o nome do brasileiro e entoavam músicas características do PT.
Lula, inclusive, rompeu rapidamente o protocolo e acenou para o público. O petista esteve, durante boa parte do tempo, acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, que, na véspera, havia causado polêmica ao deixar o hotel para comprar uma gravata numa das lojas mais caras de Lisboa, a Ermenegildo Zegna. Lula usava a gravata.
A visita de presidente brasileiro a Portugal marca o reatamento das relações com o Brasil. Nos últimos quatro anos, os dois países viveram momentos de tensão. Jair Bolsonaro quebrou a tradição e não pisou em solo português. Mesmo nos governos militares, isso nunca havia acontecido. Em duas oportunidades em que esteve no Brasil, Rebelo de Souza foi maltratado pelo então presidente. Um almoço agendado previamente foi desmarcado e, nas comemorações do Sete de Setembro, Bolsonaro colocou um empresário aliado entre ele e o líder português.
As boas-vindas a Lula incluiu uma visita ao túmulo do escritor Luís de Camões. O brasileiro se ajoelhou ante a lápide, num gesto de respeito. De lá, seguiu para o Palácio de Belém, sede da Presidência portuguesa. Os dois presidentes tiveram um encontro privado.
Depois do almoço, participarão da reunião de Cúpula Brasil-Portugal, na qual serão assinados pelo menos 13 acordos, que vão da educação à proteção de pessoas com deficiência. Desde 2016 não ocorria uma cimeira entre os dois países.
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