ATOS TERRORISTAS

Transição no GSI se deu em conversas privadas no Ministério da Defesa

A manhã dessa quinta-feira (20/4) foi movimentada nas salas do Ministério da Defesa. Entre encontros não agendados oficialmente, o general Gonçalves Dias deixou o cargo de ministro do GSI

Vinicius Doria
postado em 20/04/2023 20:51 / atualizado em 20/04/2023 20:51
 (crédito: Felipe Gonçalves/Brasil 247)
(crédito: Felipe Gonçalves/Brasil 247)

O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional, Ricardo Capelli, e seu antecessor, general Gonçalves Dias, se encontraram, na manhã desta quinta-feira (20/4), por cerca de uma hora, em uma sala ao lado do gabinete do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para uma conversa sobre a transição de funções. O encontro, não agendado oficialmente, se deu na sequência de uma visita de cortesia que G. Dias (como é conhecido o general Gonçalves Dias) fez ao ministro, de quem é amigo desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

G. Dias chegou ao ministério por volta das 9h30 e foi recebido imediatamente pelo ministro da Defesa, que soube da demissão do general na quarta-feira (19/4), após o evento comemorativo do Dia do Exército, no Quartel General da Força, em Brasília, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Capelli chegou por volta das 10h e, após uma conversa entre os três, no gabinete de José Múcio, acompanhou G. Dias a uma sala vizinha, para que pudessem conversar a sós. O encontro, que durou cerca de uma hora, os dois trataram a situação do GSI e de medidas que estão sendo adotadas, desde os atos de 8 de janeiro, em relação aos militares lotados no órgão.

Paralelamente, José Múcio recebia o comandante do Exército, general Tomás Paiva, em seu gabinete. Segundo apuração do Correio, Paiva e G. Dias não se encontraram. O ex-ministro deixou a sede da Defesa logo após a conversa com Capelli. No fim da manhã, foi a vez do ministro da Justiça, Flávio Dino, chegar ao Ministério da Defesa. José Múcio, Ricardo Capelli, Tomás Paiva e Flávio Dino estenderam a conversa sobre a crise instalada no governo com a divulgação das imagens da invasão do Palácio do Planalto pela emissora CNN — que registraram a presença amistosa de G. Dias junto a vândalos — até o almoço, servido no próprio gabinete. Na pauta, o futuro do GSI, que pode perder o status de ministério e se transformar em uma secretaria ligada à Presidência da República, sem participação de militares.

Após o encontro, Paiva e Capelli concederam entrevista à imprensa, que aguardava informações na portaria do ministério. José Múcio e Flávio Dino permaneceram no gabinete, sem falar com jornalistas.

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