Congresso

Vice-líder do governo sobre CPMI: "Vamos atrás dos financiadores"

Na tarde desta quinta-feira (20/4), Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que ala governista está separando "seus melhores quadros" para serem membros do grupo que irá apurar as circunstâncias do 8/1

Taísa Medeiros
postado em 20/04/2023 17:07 / atualizado em 20/04/2023 17:08
 (crédito: Roque de Sá/Agência Senado)
(crédito: Roque de Sá/Agência Senado)

A base governista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional mudou de vez seu discurso em relação à instalação de uma CPMI para investigar os atos de 8 de janeiro, em Brasília. Na tarde desta quinta-feira (20/4), o vice-líder do governo no Congresso, deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), argumentou que a CPMI será “um tiro no pé dos bolsonaristas”.

“Eu estou convencido de que essa CPMI vai ser um tiro no pé dos bolsonaristas. Porque uma coisa eles não vão conseguir mudar com falsas narrativas: todos sabem que foram as bases bolsonaristas que atuaram naquele 8 de janeiro. Foram eles. Isso eles não podem mudar. Nessa CPI nós vamos atrás dos financiadores e vamos atrás dos autores intelectuais. O primeiro que vamos chamar é do ex-ministro da Justiça Anderson Torres”, disse, citando o ex-secretário de Segurança preso desde janeiro em Brasília.

Farias relembrou que, em janeiro, após os atos, em um café com jornalistas, o presidente Lula declarou “para mim abriram a porta do Palácio do Planalto” — o que estaria de acordo com a narrativa sustentada pela base, de que havia infiltrados para facilitar o acesso dos terroristas às sedes dos Três Poderes.

“Nós vamos com muita energia para essa CPI. Estamos separando os melhores quadros para estar lá. No Senado já temos Renan Calheiros, Randolfe, Humberto Costa, Omar Aziz. Vamos preparar os melhores”, disse. O recado foi claro à oposição, que vinha defendendo a instalação e a composição de, em sua maioria, parlamentares de fora da base governista.

Cálculos

Segundo os cálculos apresentados pelo parlamentar, dos 16 senadores que irão compor o grupo, pelo menos 11 são parte do bloco governista. “Na Câmara a gente também tem números, porque tem blocos que são do governo e da oposição, mas pelos nossos cálculos vamos ter uma maioria governista de 9 ou 10 deputados”, estimou.

O vice-líder ainda criticou o deputado federal André Fernandes (PL-CE), que protocolou o pedido em janeiro. “Esse André Fernandes nós estamos tomando medidas possíveis para que ele não participe da CPI. Ou participe como investigado. Ele é investigado pelo STF, como vai ser presidente de uma comissão como essa?”, apontou. Fernandes teve seu nome incluído no inquérito por divulgar com dois dias de antecedência a manifestação que resultou nos ataques às sedes dos Três Poderes da República, bem como por ironizar a situação.

“Ele fez uma gravação convocando, no dia 6, as pessoas a estarem aqui em Brasília, e no dia 8 postou o armário do ministro Alexandre de Moraes quebrado e escreveu embaixo “se rir tá preso” em tom de deboche. Essa turma não pode presidir uma comissão parlamentar séria”, defendeu o deputado petista.

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