A Câmara dos Deputados foi, mais uma vez, cenário de um agressivo confronto entre governistas e oposicionistas. Só que, ontem, dois deputados quase se estapearam: Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Dionilso Marcon (PT-RS), na sessão da Comissão de Trabalho da Casa.
Tudo começou depois que o petista, ao responder às provocações do filho 03 de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente simulou a facada que sofreu, em Juiz de Fora (MG), na campanha presidencial de 2018. "Vou dar a facada no seu bucho e quero ver o que você vai fazer, seu zé. Respeita o mínimo do debate", rebateu.
Os dois continuaram batendo boca — Marcon estava na fila da frente e reagia fora do microfone. Eduardo passou a cobrar compostura do colega até que, irritado, levantou-se para agredir o parlamentar gaúcho. Outras pessoas intervieram, mas o filho do presidente continuou xingando e ameaçou socar o outro deputado.
"Te enfio a mão na cara e perco o mandato. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que você não tem", desafiou, entre vários palavrões.
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A confusão, porém, aconteceu no dia da reativação do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, com a escolha do presidente do colegiado, o deputado Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA), aliado do presidente Arthur Lira (PP-AL) — que avisou aos líderes de partido que não permitirá "baixarias" na Casa. Nos dois episódios anteriores em que parlamentares do governo e da oposição se atacaram, o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) foi hostilizado nas sessões das comissões de Segurança Pública e de Constituição e Justiça.
"Estou com medo porque o povo brasileiro sabe quem são esses Bolsonaros. A bancada do PT vai tomar todas as providências na Comissão de Ética da Câmara. O presidente da Câmara (Lira) não pode deixar assim. Aqui é uma casa de disputa política, não de disputa de boxe", disse Marcon.
Eduardo Bolsonaro não respondeu às tentativas de contato, mas seu irmão, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), responsabilizou o petista, de quem cobrou um pedido de desculpas. "Só quem é filho para saber a dor de ver um pai em cima de uma maca, com uma barriga aberta, com o intestino para fora, com os médicos lavando o intestino com água e sabão para tirar fezes e sangue de uma pessoa que estava praticamente morta. É óbvio que o sangue sobe. Qualquer filho, naquela situação, poderia ter feito aquilo. Lamento que, até agora, o deputado do PT não tenha vindo a público pedir desculpas pelas declarações baixas", cobrou o senador.
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