Congresso Nacional

Guimarães: "Se quiserem instalar CPMI do 8/1, estamos prontos para ajudar"

Líder do governo na Câmara ressalta que narrativa de que "governo estaria por trás dos atos não cola" e que, caso o presidente do Congresso Nacional leia o requerimento, base irá apoiar a apuração

Taísa Medeiros
postado em 19/04/2023 19:32
 (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
(crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Em discurso diferente do adotado até então, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE) disse que, caso o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) leia o requerimento da CPMI para investigar os atos do dia 8/1, o governo “está pronto para ajudar”.

“Se o Congresso quiser instalar a CPMI, nós estamos prontos para ajudar, inclusive para investigar. Nós sempre dissemos que a CPI é um instrumento da oposição. É legítimo a oposição pedir CPMI, quem governa não pode perder tempo com CPMI. Como a coisa está muito banalizada aqui dentro, pede-se CPMI para tudo, evidentemente que se o Pacheco ler o requerimento na quarta-feira e se tiver as assinaturas, nós vamos colaborar, vamos para dentro e vamos querer que a CPI apure tudo para que a verdade seja cada vez mais explicitada para o país”, disse Guimarães em coletiva de imprensa no início da noite desta quarta-feira (19/4).

Segundo o líder, “não vai colar” a narrativa que a oposição tenta imputar a partir do vídeo divulgado pela CNN Brasil, em que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e outros oficiais do Gabinete estavam circulando pelo edifício em meio à invasão dos extremistas. Em outras imagens, é possível ver até mesmo eles interagindo e orientando os criminosos.

“As apurações estão a pleno vapor, e ninguém mais do que o governo, como disse o presidente, quer investigar, doa a quem doer. Essa narrativa que eles estão dizendo que o governo está por trás, pra nós isso não cola. Existem vídeos e mais vídeos, até de parlamentares fomentando e articulando as presepadas do dia 8. Foi o nosso governo que agiu, pediu celeridade, uniu o país, uniu os poderes, para enfrentar aquela tentativa de golpe. Foi sim, uma tentativa de golpe patrocinada, porque ainda hoje temos um ex-ministro da Justiça preso aqui em Brasília”, argumentou, referindo-se ao ex-ministro de Jair Bolsonaro, Anderson Torres.

O líder disse, ainda, que na reunião todos demonstraram preocupação com a divulgação do vídeo. “Conversamos com todos os líderes, evidentemente todo mundo preocupado (...) Como pode um vídeo desse ser divulgado sem o governo saber? Sem o presidente saber? Mas isso merece uma explicação. Deixou nós aqui dentro da base do governo preocupados em como explicar tudo isso, é grave”, avaliou.

Demissão

Após a divulgação do vídeo na manhã desta quarta-feira, o ministro-chefe Gonçalves Dias, pediu demissão na tarde desta quarta-feira (19/4). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com aliados nesta tarde para decidir o futuro do GSI. Ele foi aconselhado a demitir Gonçalves Dias. Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional afirmou que vai apurar a conduta dos envolvidos. O órgão também afirmou que a ação dos agentes foi uma estratégia para a evacuação dos prédios invadidos pelos extremistas. Segundo o comunicado, o caso já é investigado internamente para verificar qualquer irregularidade.

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