CONGRESSO

Arthur Lira: "Blocos não vão interferir na relação com o governo"

Em entrevista gravada ao Canal Livre, o presidente da Câmara dos Deputados frisou que a criação dos blocos consistiu em "acomodação interna" dos próprios partidos

Taísa Medeiros
postado em 17/04/2023 17:03 / atualizado em 17/04/2023 17:03
 (crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
(crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

Em entrevista ao Canal Livre, veiculada na noite de domingo (16/4), o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), voltou a falar sobre os "blocões" instituídos na Casa nas últimas semanas. Lira frisou que os grupos não irão interferir na relação com o governo e que se tratam de "acomodação interna" das legendas.

“Esses blocos internos, que são feitos após a eleição da Mesa da Câmara, são para espaços internos. Acomodação interna de partidos. O bloco anterior, de 142 deputados composto pelo PSD, MDB, Republicanos e Podemos, são partidos que nos dão apoio, sustentação, temos relação desde muito antes da minha primeira eleição para a Mesa da Câmara”, disse.

Na última quarta-feira (12/4), foi formado o segundo bloco partidário — um “superbloco” com 175 deputados federais, o maior da Casa Baixa. O bloco do qual Lira faz parte é formado por PP-União Brasil-PDT-PSB-Solidariedade-Avante -Patriota- e a Federação PSDB/Cidadania. Se antes o PL tinha a maior bancada com 99 e a Federação PT/PCdoB/PV ficava em segundo com 81, os dois partidos que mais representavam a polarização Lula-Bolsonaro acabaram ficando para trás e hoje fazem parte do grupo “sem bloco”.

Segundo o deputado, apesar do que foi ventilado, a configuração dos grupos não reflete nenhum desequilíbrio interno. “Nem o anterior, nem esse bloco refletem nenhum tipo de desequilíbrio interno, nem isso vai ser imprescindível para mudar o quadro atual interno dentro da Câmara dos Deputados. Nem o bloco anterior nem esse bloco irão interferir na relação da Câmara dos Deputados com relação ao governo, com relação a base ou oposição. São posicionamentos internos dos partidos, com relação à participação em relatorias, por exemplo, das comissões mistas das medidas provisórias que cumprirem o rito constitucional”, explicou.

Pautas econômicas

De acordo com Lira, tanto a reforma tributária quanto o novo arcabouço fiscal estão sendo encarados pelo Legislativo como pautas de interesse do país, e não como matérias de governo. “Estamos tratando os dois como interesse do país, muito mais do que matéria de governo. Nós quando votamos a PEC de Transição demos a condição do governo iniciar o ano com uma certa tranquilidade política e administrativa, de entrar no ano sem o afogo orçamentário, que o último governo passou. O arcabouço, nos moldes que foi tratado e desenhado pelo ministro e todo o corpo técnico, nós não achamos que terá dificuldade”, disse.

Lira reiterou seu compromisso com o atual governo apesar de, segundo ele, poder ter tido “uma eleição vitoriosa sem o apoio do PT”. “Eu penso que eu poderia ter uma eleição para a presidência da Casa vitoriosa sem o apoio do Partido dos Trabalhadores. Mas eu aceitei o apoio, tenho amigos dentro do PT, e não por ter aceitado o apoio, eu não me sinto à vontade em não ajudar, contanto que a gente delimite algumas ações em que normalmente poderemos pensar diferente”, frisou.

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