Compondo a comitiva que viajou à China junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ministra Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, assinou em Pequim um acordo com o governo chinês para a parceria no desenvolvimento do Satélite Sino Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-6), além de dois memorandos sobre cooperação em pesquisa e inovação, bem como em Tecnologias da Informação e Comunicação, e um plano de cooperação entre a Agência Espacial Brasileira e a Administração Espacial Nacional do país.
- De carnes a satélites: visita de Lula à China deve render mais de 20 acordos
- Brasil e China cobram compromisso financeiro com o clima a desenvolvidos
- Lula: Brasil quer "equilibrar a geopolítica mundial" junto com a China
Para Luciana, as parcerias firmadas na quinta-feira (13/4) firmam um “outro patamar das relações entre Brasil e China”. “O Brasil está se reinserindo no cenário mundial de oportunidades, com cultura de paz e com uma agenda que defende os interesses nacionais. Hoje, o ponto alto dessa agenda é a assinatura de diversos instrumentos de cooperação científica e tecnológica”.
O protocolo para o satélite CBERS-6 envolve, além do desenvolvimento, a fabricação, lançamento e operação conjunta entre os dois países. Com uma nova tecnologia, o Radar de Abertura Sintética (SAR), o satélite permitirá uma melhor monitoramento da Amazônia, complementando dados fornecidos pelos CBERS-4, CBERS-4A e Amazonia-1 que já estão em operação.
“É um desenvolvimento comum de tecnologia. Com os chineses, desenvolveremos uma nova tecnologia de sensoriamento remoto, para além dos sensores óticos, com imagens mais precisas das situações climáticas, sobretudo na Amazônia, que permitirá ver através das nuvens. Essa nova tecnologia tem impacto não apenas em questões climáticas, mas também em áreas como o desenvolvimento urbano e produção agrícola”, ressaltou a ministra.
A expectativa é que ele seja construído e entre em órbita em 42 meses após o firmamento do acordo, que ainda depende de ratificação do Congresso. O custo é estimado em US$ 51 milhões para cada uma das partes e, do lado brasileiro, o recurso será do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
No caso da cooperação entre agências espaciais, o Plano de Cooperação Espacial 2023-2032 engloba atividades bilaterais em diversas áreas, da Tecnologia Espacial e Atividades de Lançamento, até treinamento de pessoal, equipamentos de solo e dados de observação da Terra.
Por fim, o Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Pesquisa e Inovação dispõe sobre a condução de pesquisas conjuntas, intercâmbio de pesquisadores na área, visitas técnicas mútuas e organização de eventos científicos em 16 áreas, como de energia limpa, inteligência artificial (IA), saúde e biotecnologia.
O Memorando sobre Cooperação em Tecnologias da Informação e Comunicação prevê a troca de informações sobre políticas e cooperação entre instituições de pesquisa e empresas do setor. O documento também contempla a formação e capacitação de profissionais, desenvolvimento tecnológico, inovação e aplicação de tecnologia de semicondutores, IA, internet das coisas, 5G e tecnologias quânticas.
Saiba Mais
- Política Marco do saneamento: líder da oposição pede ao STF a suspensão dos decretos
- Política AGU pede condenação e bloqueio de bens de 45 presos durante atos golpistas
- Política Anielle sobre agressão a entregador no Rio: "Sabemos o que é o racismo diário"
- Política Ministério pede explicações a órgãos do RJ sobre caso de agressão a entregador
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.