Guerra na Ucrânia

Brasil e China em nota conjunta: diálogo é única opção para guerra na Ucrânia

Após encontro entre Lula e Xi Jinping nesta sexta-feira (14/4), em Pequim, os governos dos dois países divulgaram uma declaração conjunta incluindo parcerias e posicionamento no cenário internacional

Victor Correia
postado em 14/04/2023 12:27
 (crédito: Ricardo Stuckert)
(crédito: Ricardo Stuckert)

Os governos do Brasil e da China declararam nesta sexta-feira (14/4), em nota conjunta, que “o diálogo e a negociação são a única saída viável” para a guerra na Ucrânia. Os dois países também apelaram para que outras nações participem da negociação pela paz.

Após encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente chinês, Xi Jinping, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma declaração de ambos os governos com 49 itens. O documento firma a posição dos dois países no cenário internacional.

“As partes afirmam que diálogo e negociação são a única saída viável para a crise na Ucrânia e que todos os esforços conducentes à solução pacífica da crise devem ser encorajados e apoiados”, diz a declaração. O Brasil recebeu positivamente uma proposta da China com reflexões sobre a busca de uma saída pacífica para a guerra entre Rússia e Ucrânia, chamada de “crise” no documento. A China, por sua vez, elogiou os esforços brasileiros pela paz.

“As partes apelaram a que mais países desempenhem papel construtivo para a promoção da solução política da crise na Ucrânia. As partes decidiram manter os contatos sobre o assunto”, afirmaram ainda os governos.

Lula vem engendrando esforço, no cenário internacional, para formar um grupo de países não envolvidos no conflito para negociar a paz. A China é peça-chave para o fim da guerra, por sua proximidade e parceria com a Rússia. A Ucrânia, porém, rejeitou sugestão de Lula para ceder a Crimeia, região invadida pelo país de Vladimir Putin, para finalizar a guerra.

Conselho de Segurança

Brasil e China acordaram ainda pela necessidade de reformar a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho de Segurança, aumentando a participação dos países em desenvolvimento. O governo brasileiro pleiteia uma cadeira permanente no conselho, formado por 15 países, mas que tem apenas China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos como membros permanentes, com direito a veto.

O órgão é responsável pela manutenção da paz e da segurança internacional, mas sua configuração atual é alvo de críticas pela ineficiência na tomada de decisões por conflitos. Os membros permanentes, com o poder de veto, podem barrar unilateralmente as decisões tomadas. A Rússia, por exemplo, vetou em 2022 a resolução que condenava a anexação de regiões da Ucrânia por ela mesma.

A China apoiou ainda a demanda brasileira por uma cadeira permanente. “A parte chinesa atribui grande importância à influência e ao papel que o Brasil exerce em assuntos regionais e internacionais, compreende e apoia a aspiração do Brasil de desempenhar papel ainda mais proeminente na ONU”, diz a declaração.

O Brasil, por sua vez, afirmou que “adere firmemente ao princípio de uma só China”, e que reconhece Taiwan como uma parte do território chinês. A posição está firmada desde 1974. Mesmo assim, Lula “apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan”, o que a China recebeu “com grande apreço”.

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