A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China é destaque na imprensa do país asiático, especialmente pelos possíveis desdobramentos para as relações econômicas entre as duas nações. O comércio em yuan, visto como substituto do dólar, e as perspectivas para o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), ou banco dos BRICS, são dois temas que ganharam especial atenção durante a visita. Neste contexto, uma série de veículos chineses noticiou a ocasião como uma oportunidade de ampliar os laços econômicos entre Brasil e China.
O jornal estatal Global Times publicou que o acordo para o uso de yuan com o Brasil serve para "impulsionar o comércio e aprofundar a cooperação", sendo uma alternativa ao dólar e ao euro, uma visão expressa pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Inovação na China (BraCham), Henry Osvald. Outro artigo do mesmo jornal indicou que o movimento serve como "alternativa ao comércio e investimento transfronteiriços do dólar". Neste tema, na estatal CGTN, um artigo de opinião afirma que o movimento faz parte da "tão esperada naturalização dos BRICS".
A CGTN também focou na visita de Lula ao NDB, sediado em Xangai. De acordo com a publicação, a ocasião representou um "aprofundamento da parceria dos BRICS". No artigo, há ainda destaque para a posse da nova presidente do NDB, Dilma Rousseff, que "destacou o compromisso do NBD em apoiar o Brasil no alcance das metas de desenvolvimento sustentável" em seu discurso de posse na instituição.
Citando diferentes fontes, o tom geral das publicações falou em aprofundamento de laços econômicos. O veículo econômico Caixin trouxe as falas do Ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Favaro, que afirmou que a ocasião serve para impulsionar a cooperação com a China em agricultura. Já a CGTN publicou as falas do ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, que afirmou que a visita de Lula é um "marco na história das relações bilaterais". O diário China Daily publicou que a visita deve fortalecer as relações, e que o presidente brasileiro está "acompanhado por centenas de empresários, governadores, parlamentares e ministros". A agência estatal Xinhua destacou a fala de um líder empresarial brasileiro para indicar que a expectativa é de que ocorra um aprofundamento das relações.
O independente South China Morning Post publicou dois artigos de opinião sobre a viagem. Em um deles, há a seguinte ponderação: "o foco principal da visita será o comércio, mas a geopolítica - incluindo a guerra na Ucrânia - também terá um papel importante nas discussões". O texto aponta que Lula "se opõe a sanções contra a Rússia e criticou o Ocidente por não fazer o suficiente pela paz".
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