O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou nesta quarta-feira (13/4) que mais de 100 pessoas já foram presas ou apreendidas por ameaçar e planejar ataques a escolas. A fala foi dada durante apresentação do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci 2) em Florianópolis, Santa Catarina, com a entrega de equipamentos para reforçar a segurança no estado.
"É um desafio muito grande, que transcende ainda as fronteiras nacionais. Sabemos disso", afirmou o ministro em coletiva de imprensa, citando as medidas anunciadas para responsabilizar plataformas de redes sociais pela divulgação de ameaças. "Nós já temos, a essas alturas, mais de 100 pessoas que foram ou presas ou apreendidas em razão de ameaças ou engendramento de planos contra escolas", acrescentou.
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A apresentação do Pronasci no estado ocorre após o ataque que matou quatro crianças em uma creche de Blumenau, e em meio a outros ataques e ameaças por todo o país. Dino citou, inclusive, que mais uma tentativa de ataque foi registrada hoje, sem especificar onde. Em Salvador, um estudante foi apreendido com machadinha, facão e corrente na mochila dentro de uma escola.
O ministro também se solidarizou com os familiares das vítimas do ataque em Santa Catarina. "Nós compartilhamos autenticamente o sentimento de dor, de perplexidade. O sentimento que hoje, infelizmente, se alastrou para outras milhares de famílias no território nacional", disse Dino.
Medidas federais
Questionado sobre as medidas adotadas pelo governo federal para frear novos ataques, o ministro declarou que aumentou de 20 para 120 o número de profissionais do ministério dedicados a monitorar as ameaças, além de ter enviado sugestões aos governadores para fortalecer o policiamento ostensivo.
"Nós estamos diante de uma dessas voltas do caminho da história, uma dessas encruzilhadas, em que nós temos uma mudança no patamar sobre a segurança nas escolas. Precisamos de um debate mais perene, mais definitivo, mas a nossa dimensão de atuação é aqui e agora, a dimensão emergencial", frisou o ministro da Justiça.
Dino disse ainda que as ameaças e os ataques são realizados por "lobos solitários", mas também por células coordenadas, neonazistas, que estão sendo visadas pela Polícia Federal e que se organizam nas redes sociais. O ministro frisou que a orientação para as forças de segurança é que essas investigações sejam "prioridade máxima", mas ressaltou que não interfere nas polícias.
O ministério entregou 26 viaturas ao estado de Santa Catarina, que serão destinadas de acordo com determinação do governo estadual, inclusive para patrulhas escolares.
Estavam presentes no evento ainda o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e a coordenadora do Pronasci, Tamires Sampaio. Amanhã (14), Dino fará entregas também no Rio Grande do Sul e no Paraná.
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