A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, chefiada pelo ministro Paulo Pimenta, repreendeu nesta quinta-feira (13/4) a comunicação dos ministérios pela divulgação desencontrada de medidas. Em mensagem enviada a assessores de comunicação, Pimenta argumentou que, “se cada um fala o que quer, isso causa ruído e só traz dor de cabeça”.
“Em diversas oportunidades, o presidente Lula e eu repetimos que todo anúncio de medidas do governo que gerem repercussão pública devem ser anteriormente debatidas na Secom e na Casa Civil. Isso é elementar. Somos um time”, disse o ministro em mensagem enviada a um grupo de WhatsApp com assessores dos ministérios. A informação foi dada pelo jornal O Globo.
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Com os desencontros de informações liberadas, “a Secom acaba sendo acionada para apagar incêndios que poderiam ser evitados. Vamos ajustar isso definitivamente”, disse ainda Pimenta.
O texto não cita episódios específicos, mas o governo enfrenta um “incêndio” após divulgação de medida para acabar com a isenção de impostos para compras internacionais no valor de até US$ 50 por pessoas físicas. A decisão foi anunciada pela Receita Federal na terça-feira (11).
Esforço de contenção
Por causa da repercussão, a Secom organizou ontem um esforço de comunicação para esclarecer a medida, e defender que o fim da isenção visa combater fraudes e evasão de impostos por parte de empresas estrangeiras. O governo acionou inclusive influenciadores alinhados com a gestão, como Felipe Neto, para tentar amenizar as críticas. A medida sofreu ataques por encarecer produtos de plataformas como a Shein, Shopee e AliExpress.
Não é a primeira vez que anúncios desencontrados causam uma crise para o governo. O anúncio do programa de passagens aéreas a R$ 200 para aposentados, servidores, estudantes e pessoas de baixa renda pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, divulgado primeiro pelo Correio, e falas sobre a Previdência do ministro Carlos Lupi também levaram a chamadas de atenção por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
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