O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mostrou força e conseguiu formar o maior bloco da Casa, com nove partidos e 175 deputados. A composição do novo supergrupo — formado por PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e pela federação Cidadania-PSDB — foi anunciada em uma coletiva de imprensa com a presença dos líderes e de outros parlamentares das legendas. O comando do blocão será do deputado governista Felipe Carreras (PSB-PE).
A iniciativa de Lira é uma reação à formação, na semana retrasada, de outro grande bloco, composto por partidos de centro, como MDB-PSD-Republicanos-Podemos-PSC, com 142 parlamentares.
A criação do blocão surpreendeu o Palácio do Planalto, que não acreditava que o presidente da Câmara conseguiria formar um grupo maior do que o anunciado há duas semanas.
Lira buscava a composição de um bloco majoritário havia algumas semanas e intensificou as negociações após a criação do grupo concorrente. A ida do Republicanos para a formação na qual está PSD e MDB foi um dos motivos para o Executivo não crer na força de Lira de reagir.
O principal entrave nas negociações do bloco estava nos posicionados mais à esquerda, como PSB e PDT. Havia uma certa resistência deles em integrar um grupo com legendas de direita e de centro-direita, como União Brasil e PP.
Segundo interlocutores dos partidos, o modelo adotado pelo blocão de Lira, de rodízio de líderes — o PSB começa, com Carreras, e o segundo da fila é o PDT — foi importante para se chegar a um consenso. Além disso, a composição possibilitará que legendas de bases menores consigam atuar de forma mais ampla, como em relatorias ou presidências de comissões mistas de medidas provisórias (MP).
Durante a coletiva de imprensa, Carreras fez elogios a Lira e afirmou que a decisão da formação do bloco vai ajudar o governo federal a pavimentar a sua base no Congresso.
"Quero deixar registrado nosso agradecimento ao presidente Arthur Lira e parabenizar pela isenção em deixar que cada partido, de forma democrática, formasse esse bloco", afirmou. "Quero dizer que nós, do PSB, do PDT, do Solidariedade, partidos do campo de centro-esquerda, aliados de primeira hora do presidente Arthur Lira, vamos iniciar a largada desse bloco simbolizando que é um bloco que vai procurar ajudar o presidente Lula a pavimentar governabilidade e ter uma base sólida aqui a Câmara, isso vai ficar muito bem registrado."
Um dos fatores que motivaram a escolha de Carreras para liderar o bloco é o fato de o parlamentar integrar o partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
Sem celeuma
O deputado Elmar Nascimento (União-BA) também frisou que dar a largada no bloco com parlamentares de legendas da base aliada do governo na liderança foi uma forma de mostrar à gestão Lula que o grupo não criaria "qualquer tipo de celeuma" às pautas do Executivo.
"Líderes de partidos antagônicos em vários estados e federações, inclusive nacionais, conseguiram conversar no sentido de construir um bloco majoritário na Câmara para trazer as respostas que o Brasil precisa", discursou Nascimento. "Para mostrar que não temos intenção de criar ao governo qualquer tipo de celeuma, os primeiros líderes do bloco serão deputados de partidos que compõem a base do governo", acrescentou.
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