Com 175 deputados federais, a articulação do novo supergrupo da Câmara dos Deputados — formado por PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e pela federação Cidadania-PSDB — foi ratificada nesta quarta-feira (12/4). O líder da nova formação multipartidária será o deputado federal governista Felipe Carreras (PSB-PE).
Durante a coletiva de imprensa, o Carreras (PSB-PE) fez elogios ao presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e ainda afirmou que a decisão da formação do bloco irá ajudar o governo federal a pavimentar a sua base dentro do Congresso.
“Quero deixar registrado nosso agradecimento ao presidente Arthur Lira e parabenizar pela isenção em deixar que cada partido, de forma democrática, formasse esse bloco [...] Quero dizer que nós do PSB, PDT, Solidariedade partido do campo de centro-esquerda, nós do PSB aliados de primeira hora do presidente Arthur Lira vamos iniciar a largada desse bloco simbolizando que é um bloco que vai procurar ajudar ao presidente Lula a pavimentar governabilidade e ter uma base sólida aqui a Câmara, isso vai ficar muito bem registrado”, disse Felipe Carreras. Um dos fatores para a sua escolha para abrir a liderança do bloco, é o fato de Carreras compor o partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).
A criação do blocão é uma reação à formação de outro grande bloco formado na semana retrasada, por partidos de centro, como MDB-PSD-Republicanos-Podemos-PSC, com 142 parlamentares ao todo. O novo bloco de Lira conseguiu unir partidos posicionados mais à esquerda como PSB, PDT e Solidariedade com siglas de direita ou centro-direta, como União Brasil, PP e Patriota.
A formação do novo bloco surpreendeu o Palácio do Planalto, que não acreditava que Lira conseguisse articular um bloco ainda maior do que o anunciado na semana retrasada. O presidente da Câmara já buscava a formação de um grupo majoritário há algumas semanas e intensificou ainda mais as negociações após o outro blocão. A ida do Republicanos para o bloco do PSD e do MDB foi um dos motivos para o poder Executivo não acreditar na força de Lira para conseguir formar o novo bloco.
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O principal entrave nas negociações do bloco estavam nos posicionados mais à esquerda, como PSB e PDT. Havia uma certa resistência em compor bloco legendas com partidos de direita o centro-direita, como União Brasil e PP. Segundo interlocutores dos partidos, o modelo de rodízio de lideranças com o PSB iniciando e o PDT sendo o segundo na fila foi importante para se chegar a um consenso. Além disso, a formação do bloco possibilitará que partidos de bases menores consigam atuar de forma mais ampla, como em relatorias ou presidências de comissões mistas de medidas provisórias (MP).
“União e PP enxergaram partidos com deputados pela composição menor para dar chance aos deputados dentro da nova composição da Casa para que eles possam exercer em sua plenitude cada plataforma de atuação e representar seus estados aqui em Brasília”, disse o líder do PDT, deputado federal André Figueiredo (CE), durante a leitura de um manifesto assinado por todos os partidos.
Responsável por convocar a coletiva de imprensa, o deputado Elmar Nascimento (União-BA) também frisou que dar a largada no bloco com deputados dos partidos da base aliada do governo na liderança foi uma forma de mostrar ao governo Lula que o grupão não criaria “qualquer tipo de celeuma” às pautas governistas.
“Líderes de partidos antagônicos em vários estados e federações, inclusive nacionais, conseguiram conversar no sentido de construir um bloco majoritário na Câmara para trazer as respostas que o Brasil precisa. Para mostrar que não temos intenção de criar ao governo qualquer tipo celeuma, os primeiros líderes do bloco serão deputados de partidos que compõem a base do governo”, disse Elmar Nascimento.
“O bloco facilita o governo nessa questão. Uma vez que tem a formação de um bloco que vai buscar entendimento e convergências. Facilita esse processo. Nada vai ser absoluto, principalmente divergências do próprio modelo que veio da eleição polarização. O bloco ajuda sim porque você tem uma união para se buscar convergência. Iscar convencimento dentro de pautas especificar. O bloco não vai se firmar como base ou oposição, mas vai facilitar o diálogo
O deputado Marangoni (União-SP), avalia que a formação do bloco facilita ao governo na articulação em prol de suas propostas.
“Uma vez que a formação de um bloco vai buscar entendimento e convergências, facilita esse processo para o governo. Nada vai ser absoluto, principalmente divergências do próprio modelo que veio da eleição polarização. O bloco ajuda sim porque você tem uma união para se buscar convergência. Buscar convencimento dentro de pautas especificas. O bloco não vai se firmar como base ou oposição, mas vai facilitar o diálogo. Quando você tem todos esses partidos discutindo na mesma mesa fica mais fácil buscar convergência”, disse.
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