A Polícia Federal está ouvindo 80 militares do Exército nesta quarta-feira (12/4) sobre os ataques contra prédios públicos que ocorreram no 8 de janeiro, em Brasília. As oitivas ocorrem no âmbito de um inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).
Pela manhã, 40 militares foram ouvidos e outras 40 oitivas ocorrem no período da tarde. De acordo com o Exército, os militares estão depondo na condição de testemunhas e foram instruídos a colaborar com as investigações dos órgãos competentes.
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A Polícia Federal quer entender qual o papel da força terrestre na concretização e eventual proteção aos criminosos que depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo no 8 de janeiro.
Os depoimentos ocorrem presencialmente na Academia Nacional de Polícia, localizada no Lago Norte. A instalação é a mesma para onde foram levados extremistas presos no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, no dia seguinte aos atentados. Diversas testemunhas e investigados afirmaram em depoimento que o Exército impediu a prisão dos vândalos no dia dos ataques.
Convocados
Entre os convocados para prestar depoimento, estão oficiais que ocupavam cargos de comando no Exército. Um dos depoentes é o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que chefiou o Comando Militar do Planalto. Também foi convocado o tenente-coronel Jorge Fernandes da Hora, do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), responsável pela segurança do Palácio do Planalto.
Em novembro, dois meses antes da depredação dos edifícios na Praça dos Três Poderes, a Polícia do Exército deixou que acampados atacassem fiscais do governo de Brasília que tentavam remover barracas com alimentos e outros mantimentos usados para sustentar o acampamento golpista, de acordo com documentos obtidos pela PF durante as investigações.
Além disso, o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Vieira afirmou que o Exército impediu operações da corporação para prender os integrantes do acampamento montando em frente ao Quartel General. Ele indicou que os oficiais da força discordaram das ações e que chegaram a impedir o acesso da tropa da polícia.
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