O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou nesta quarta-feira (12/4), às 22h30 no horário local, 11h30 (horário de Brasília), em Xangai, na China. A viagem durou mais de 30 horas e contou com duas escalas em Lisboa, Portugal, e em Abu Dhabi, Emirados Árabes. A agenda ocorre após o chefe do Executivo ter adiado a agenda ao ser diagnosticado com pneumonia e infecção pelo vírus da Influenza A.
No desembarque, a comitiva do petista, que inclui o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi recebida pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo vice-ministro das Relações Exteriores da China, Xie Feng.
De acordo com a agenda oficial, em Xangai, pela manhã, Lula participará da cerimônia de posse de Dilma no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A solenidade está marcada para quinta-feira (13). Ela já assumiu o comando do cargo, mas a solenidade de posse em Xangai foi adiada devido a problemas de saúde do petista. Dilma terminará o mandato de 5 anos de seu antecessor, Marcos Troyjo, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2020, e ficará no comando até 6 de julho de 2025.
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À tarde, Lula visitará o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei e, posteriormente, se encontrará com o CEO da montadora chinesa BYD, Wang Chuanfu, com o qual negocia a instalação de uma fábrica de veículos elétricos e híbridos na Bahia. O presidente terá também uma audiência com o presidente do Conselho da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tongzhou e com o secretário-geral do Partido Comunista em Xangai, Chen Jining. À noite, Lula viajará a Pequim, onde se reunirá com o presidente Xi Jinping na sexta-feira (14). No retorno ao Brasil, no sábado (15), o avião presidencial irá pousar em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, para uma visita oficial.
Acordos
A viagem tem como objetivo a busca por investimentos no país. Em 2022, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004. Entre os acordos, há o que prevê a operação direta entre o real e o yuan, a moeda chinesa, sem necessidade de dolarização, com o intuito de facilitar o comércio entre os dois países. Outras áreas de destaque incluem o turismo e investimentos.
Cerca de 20 acordos bilaterais deverão ser assinados durante a visita. Um deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos em parceria entre Brasil e China. O diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.
No último dia 10, o presidente Lula destacou a importância das relações bilaterais e da retomada do protagonismo do Brasil na política externa.
"Nós queremos investimentos para gerar empregos e novos ativos produtivos. O Brasil tem uma belíssima relação com a China. Fazemos parte do Brics juntos. É o nosso principal parceiro comercial. Vamos tentar vender mais as coisas que produzimos para eles. Vamos fortalecer essa relação", afirmou em entrevista à TV Brasil.
O petista disse também que convidará o líder chinês para vir ao Brasil em uma reunião bilateral. "Queremos fazer investimentos que signifiquem algo novo, como rodovias, hidrelétricas", concluiu na data.
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