A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a China deve impulsionar a assinatura de mais de 20 acordos de cooperação bilateral. Na pauta estão desde a venda de carnes até satélites, passando por negócios com aeronaves e carros elétricos. Os acordos que devem ser celebrados durante a presença da comitiva brasileira no país asiático, alguns programas — como o desenvolvimento do 6º satélite sino-brasileiro e o CBERS-4B dedicado ao monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica — são dados como certos.
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Mas o programa de cooperação bilateral de satélites, iniciado em 1988, não será o único acordo fechado esta semana. A expectativa é que diversas negociações entre empresas privadas brasileiras e chinesas sejam concretizadas durante a visita de Lula ao país asiático. A Embraer espera fechar o contrato de venda de 20 aeronaves para os chineses e a empresa de carros elétricos BYD, pode confirmar a compra da planta fabril que foi da Ford na Bahia, e está fechada há um ano.
Dentro da lista de compras dos brasileiros na China, há o indicativo de um fabricante de papel brasileiro realizar a encomenda de 17 embarcações de transporte de celulose da Cosco (China Ocean Shipping Company), a maior fabricante mundial de navios. Já uma empresa nacional de proteína animal indicou o interesse na aquisição de 280 caminhões da marca chinesa JAC.
Uma gigantes parceria no agro
A grande expectativa do lado brasileiro é pela ampliação das exportações do agronegócio para a China. A principal aposta é a ampliação das exportações de proteína animal para o país asiático com a autorização de exportação para mais empresas — após o fim do embargo à venda de carne bovina brasileira por um caso de vaca louca no Pará.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a solução foi conseguida após uma reunião entre o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária e o ministro da Administração Geral da Aduana Chinesa, Yu Jianhua, em Beijing no dia 23 de março.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), desde 2013, a China é o principal destino dos produtos do agronegócio brasileiro, tendo ano passado representando 31,9% da exportação do setor.
A infraestrutura é outra área que a visita espera trazer frutos ao país, segundo dados fornecidos pelo Ministério das Relações Exteriores, entre 2007 e 2021, o Brasil figurou como quarto maior destino de investimentos diretos da China, em especial na área de infraestrutura, o que totalizou 4,8% do total investido pelos asiáticos. Mas o número vem crescendo e em 2022 o Brasil passou a ser o principal destino dos investimentos chineses, com uma participação de 13,6% do total investido pelo gigante asiático.
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