O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, durante a reunião ministerial desta segunda-feira (10/4), que o grupo francês Carrefour, uma das maiores varejistas do mundo, não pode cometer crimes de racismo no Brasil. O petista se referia ao caso envolvendo uma professora negra que, após ser acompanhada por seguranças, resolveu tirar a roupa em forma de protesto.
“Ela teve que ficar só de calcinha e sutiã para provar que não ia roubar. É a segunda vez que o Carrefour faz esse tipo de coisa. A gente precisa dizer para a direção do Carrefour que, se eles quiserem fazer isso no seu país de origem que eles façam, mas nesse país aqui a gente não vai admitir o racismo”, disse Lula.
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O caso aconteceu em Curitiba na última sexta-feira (7), no supermercado Atacadão, uma marca da rede Carrefour no Brasil. Em protesto, Isabel Oliveira, que também é atriz, ficou seminua dentro do supermercado após ser acompanhada pela segurança do local, que aparentemente suspeitava que ela tentaria cometer algum furto.
Após o ocorrido, a mulher disse que tomou a atitude para mostrar que não portava nenhum tipo de arma ou furtava qualquer produto. Isabel ressaltou que a atitude da segurança foi uma clara demonstração de racismo. A rede, contudo, nega.
Reincidente
O grupo Carrefour teve que destinar R$ 68 milhões para o pagamento de mais de 800 bolsas de estudo e permanência para pessoas negras em instituições de ensino superior de todo o Brasil, para reparar os danos morais coletivos como consequência da morte de João Alberto Silveira de Freitas, um homem negro que foi espancado em um supermercado da rede, em Porto Alegre, em 2020.
A concessão das bolsas foi resultado do termo de ajustamento de conduta fechado entre o Carrefour, os Ministérios Públicos Federal e do Rio Grande do Sul e as Defensorias do estado e da União.
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