Imprensa

Após ataque a creche, Conanda publica apoio a veículos que mudaram cobertura

Em documento publicado nesta sexta (7/4), Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente apontou perigo de "efeito contágio"; Correio decidiu por não publicar identidade de criminoso e as ações que deixaram quatro crianças mortas

Ândrea Malcher
postado em 07/04/2023 16:14
 (crédito:  Eduardo Valente)
(crédito: Eduardo Valente)

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) do Ministério dos Direitos Humanos publicou, nesta sexta-feira (7/4), um manifesto de apoio a organizações e associações de jornalistas que se posicionaram contrários a publicação de fotos, vídeos, nomes ou outras informações sobre pessoas que praticam ataques violentos em escolas e nem detalhes sobre o ato em si.

O documento destaca que pesquisas demonstram que esse tipo de informação veiculado na mídia pode gerar o efeito contágio, “levando à valorização do ato e estimulando ataques semelhantes”.

“Um caminho de apuração sugerido por especialistas é ouvir as secretarias de educação, especialistas e profissionais da educação sobre as ações existentes no campo da convivência escolar, incluindo o relacionamento com a comunidade escolar”, aponta o comunicado do Conanda.

Segundo o conselho, o objetivo é evitar que criminosos recebam destaque, se tornando “heróis” e inspirando outros episódios violentos no ambiente escolar.

“Não cederemos à violência! A Cultura de Paz irá preponderar e vencer. Saudamos os veículos da imprensa brasileira que já estão tomando medidas preventivas em não transformar os autores de violência contra nossa infância e adolescência em "heróis", evitando dar destaque a tais personagens, evitando gatilhos e, sim, buscando pautar as tecnologias sociais e políticas públicas de prevenção, redução e combate à violência na comunidade escolar. Escola é lugar de Paz!”, avisa o manifesto.

Diversos veículos de comunicação se posicionaram neste sentido, após o ataque a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), como o Grupo Globo, a emissora CNN e o jornal Estadão. O Correio decidiu por não publicar a identidade do criminoso nem a dinâmica da ação contra as crianças na cidade catarinense.

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