O ex-vice-presidente e hoje senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) comentou, em artigo publicado nesta sexta-feira (31/3), os efeitos do golpe militar ocorrido há exatos 59 anos, em 31 de março de 1964. "As Forças Armadas não ficam contra o povo, reprimindo manifestações pacíficas que não contrariem a lei, por mais deslocadas, no tempo e no objeto, que sejam", afirmou o senador.
"Ao contrário dos que insistem em tirar o 31 de março do seu lugar — que é a história —, os militares aprenderam com ela. A revolução que se iniciou por causa de um problema militar, a indisciplina e a subversão nos quartéis, terminou com a grande contribuição militar para a estabilidade política do país: a despolitização das Forças Armadas, a estruturação de sua doutrina de preparo e emprego e a profissionalização dos seus quadros", escreveu Mourão, que é general da reserva do Exército.
Segundo Mourão, "as Forças Armadas são partícipes inevitáveis da evolução política do Brasil, um processo a que não faltaram acidentes, tropeços e retrocessos". "Pode-se dizer que a caminhada para a verdadeira democracia no país se iniciou ao término da 2ª Guerra Mundial, com a derrubada do Estado Novo, tanto pelos primeiros passos efetivos para o desenvolvimento econômico, como pela restauração das liberdades individuais, das eleições em todos os níveis e das prerrogativas dos entes federativos", emendou.
Na quinta-feira (30/3), Mourão destacou, em pronunciamento no plenário do Senado o "papel das Forças Armadas na evolução política do Brasil". "É praticamente impossível não encontrar na vida do país os traços e antecedentes das reformas empreendidas naquele período, que dinamizaram sua sociedade e, acima de tudo, fortaleceram a democracia brasileira, que, pela primeira vez na história republicana, teve um regime inaugurado sem golpe de Estado", disse.