O governador do estado de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) disse, nesta quarta-feira (29/3), após encontro com a bancada mineira na Câmara dos Deputados, que a justificativa para a defesa de aumento nos salários dos secretários estaduais de quase 300% seria uma dificuldade na retenção dos servidores nos cargos. Vale destacar que o aumento valeria para ele também.
Segundo Zema, os secretários municipais ganham hoje “bem mais” que os estaduais, o que resulta em uma preferência pelas secretarias nas cidades. “Isso cria uma anormalidade, eu acabo tendo uma dificuldade grande para reter secretários. Se ele for ser secretário em uma prefeitura, acaba ganhando mais e tendo muito menos responsabilidade e menos trabalho”, explicou.
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Na proposta polêmica, enviada à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o reajuste nos salários dos dois grupos passaria para R$ 31,2 mil, no início de 2025 — o salário atual é de R$ 34,7 mil.
“O último reajuste foi feito em 2007 e hoje eu diria que a maioria dos secretários municipais ganha muito mais que os estaduais. Os secretários de Minas Gerais são os que têm o menor salário do Brasil disparado”, criticou.
Doação
Em 2018, Zema se elegeu com a promessa de que tanto ele quanto o vice e os secretários não receberiam salários “enquanto houver funcionário ativo ou inativo com vencimentos, aposentadorias ou pensões em atraso e parcelamento”, de acordo com um documento assinado e autenticado em cartório.
Depois de eleito, houve um ajuste e apenas Zema e o vice da época, Paulo Brant, doaram os salários. Os secretários continuaram recebendo.
“Esse compromisso foi cumprido em agosto de 2021 e eu estendi esse compromisso, de liberalidade da minha parte, durante todo o meu primeiro mandato”, relembrou. Ao ser questionado se repetiria a ação para o segundo mandato, o governador mineiro deixou em aberto. “Ainda não decidi.”