A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu, em reunião nesta terça-feira (28/3), pela abertura de uma investigação sobre a conduta do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por ter usado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a um leilão de cavalos de raça em São Paulo. O fato teria ocorrido em 26 de janeiro.
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O ministro alega ter participado, durante a viagem, de agendas oficiais. Porém, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo, os compromissos duraram apenas duas horas e meia e, no dia seguinte, Filho ficou livre para ir ao evento de cavalos. Ele, inclusive, recebeu diárias de viagem que, semanas depois, devolveu aos cofres públicos após o caso vir à tona.
Também foi determinada uma nova investigação envolvendo o caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e a comitiva do ex-chefe do Executivo. Serão investigados o almirante Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia; o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; e Marcos André Soeiro, ex-assessor do ministro.
A reportagem do Estadão revelou ainda que ele empregou seu piloto de avião particular e o gerente de seu haras, em Vitorino Freire (MA), como funcionários da Câmara com salários de R$ 10,2 mil e R$ 7,8 mil pagos com dinheiro público.
Por meio das redes sociais, o ministro alegou que "não houve nenhuma irregularidade".
"Todos os funcionários do gabinete - nomeados em conformidade com regras da Câmara - prestaram suas atividades com zelo, profissionalismo e regularidade, no apoio à atividade parlamentar em Brasília e no estado, seja presencialmente, em modelo híbrido ou remoto na pandemia".
Sobre o uso do avião, disse que a apuração da Comissão de Ética, "de maneira séria e isenta, deixará claro, mais uma vez, que não houve qualquer irregularidade, tanto no uso da FAB como no lançamento das diárias de forma automática pelo sistema, uma falha que já foi identificada e corrigida, como já esclareci", pontuou.