Após a emissão de uma guia de tráfego do Exército, o advogado Paulo Cunha, que representa Jair Bolsonaro (PL), acompanhado do subtenente do Exército, Osmar Crivelatti, entregaram na manhã desta sexta-feira (24/03) as armas que o ex-presidente recebeu como presente do governo dos Emirados Árabes Unidos, na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília.
O subtenente transportava uma bolsa com as armas recebidas das autoridades árabes em 2019. O presente, um fuzil da marca Caracal, modelo CAR 816, calibre 5,56 mm, com o nome de Bolsonaro gravado, é avaliado em cerca de R$ 40 mil, sem contar a customização realizada. A outra arma é uma pistola automática, da mesma marca, modelo 1911, de calibre 9x19mm.
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A PF confirmou a entrega dos equipamentos pelos emissários de Bolsonaro e, em nota, disse que recebeu “as armas presenteadas pelos Emirados Árabes Unidos à autoridade em viagem ao país”, e que os armamentos serão periciados e ficarão à disposição do Tribunal de Contas da União (TCU).
As armas foram presente de um príncipe de uma das famílias reais dos Emirados Árabes Unidos e teriam sido recebidas por uma terceira pessoa, que foi encarregada de entregar o armamento ao ex-presidente já dentro do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na volta ao país.
Bolsonaro afirmou em suas redes sociais, em 2021, que teria ao menos dois fuzis em casa, à época no Palácio do Alvorada, residência oficial da presidência da República, e que, inclusive, mantinha um deles em seu quarto. “Eu tenho dois fuzis em casa. Se a mulher sair do quarto, tudo bem. Mas o fuzil fica lá, ele não sai".
A devolução do armamento acontece depois de uma decisão do TCU, que obrigou o ex-chefe do Executivo a devolver presentes protocolares recebidos durante o mandato. Ainda nesta sexta, mais cedo, um dos pacotes de joias recebidos da Arábia Saudita foi entregue em uma agência de penhores da Caixa, na Capital Federal.