Às vésperas da apresentação do novo arcabouço fiscal ao Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta segunda-feira (20/3) que a saúde e a educação “não podem ser reféns do teto de gastos e juros altos”. A declaração ocorreu durante evento de relançamento do Mais Médicos, no Palácio do Planalto.
“O Mais Médicos voltou porque a saúde não pode ser refém do teto de gastos, juros altos ou cortes orçamentários em nome de um equilíbrio fiscal que não leva em conta o bem mais precioso que é a vida humana”, apontou.
- Lula diz que plano para 100 dias é relançar programas que deram certo
- Lula sobre Mais Médicos: "Programa vai priorizar profissionais brasileiros"
- Haddad se reúne com Arthur Lira para tratar sobre arcabouço fiscal
O chefe do Executivo voltou a dizer que não se pode tratar as políticas sociais como gasto, mas como investimento. “Esses dias, discutindo um pouco com os companheiros de governo, estava dizendo que vamos ter que mudar a nossa cabeça e alguns conceitos. E é urgente a gente mudar para a gente poder valorizar aquilo que está desvalorizado. Não se pode tratar a educação com um gasto, não pode tratar a saúde como um gasto porque não tem investimento maior do que salvar uma vida, do que o cidadão estar pronto para o trabalho. Ou seja, como é que você pode colocar uma coisa como a saúde dentro do teto de gastos?”, questionou.
“Qual o preço que você paga de não cuidar das pessoas na hora certa? Aliás, o Brasil é especialista nisso. Toda vez que a gente vai discutir um avanço social, aparece alguém da área econômica para dizer: ‘mas esse é um gasto, a gente não pode gastar, a gente não tem mais como gastar’. Quanto custou ao Brasil a gente não fazer as coisas no tempo certo, não cuidar da saúde mais rápido, não alfabetizar o Brasil na década de 50, não ter feito a reforma agrária na década de 50, não ter acabado com o preconceito racial, não tratar as mulheres como o respeito que elas merecem como uma parte do mundo avançou?”, acrescentou.
Lula disse também que “tudo nosso é atrasado e é sempre atrasado por causa do gasto”. “Precisamos arejar a nossa cabeça. Os cursos de economia daí para frente precisam mudar o que é custo, gasto é investimento. Não tem nada mais precioso do que investir para que uma pessoa pobre possa comer três vezes ao dia”. “Tudo que é feito para educar o povo, formar e cuidar da saúde do povo tem que ver sempre como investimento”, concluiu.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. Clique aqui e mande o e-mail.