Jornal Correio Braziliense

Taxa Selic

'Nada justifica 8% de juros real acima da inflação', diz Geraldo Alckmin

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços participou nesta segunda (20/3) de um seminário na sede do BNDES, no Rio de Janeiro

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), declarou nesta segunda-feira (20/3), em crítica à taxa de juros mantida pelo Banco Central, que nada justifica "8% de juros real acima da inflação quando não há demanda explodindo". Alckmin acredita que o governo encaminhará a proposta de nova âncora fiscal "nos próximos dias", e defendeu que a medida desenhada é "inteligente e bem feita".

"Agora, não há nada que justifique ter 8% de juros real acima da inflação quando não há demanda explodindo, e por outro lado quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativo. Mas nós acreditamos no bom senso e que a gente vá, com a nova ancoragem fiscal, superar essa dificuldade", discursou o vice-presidente ao participar do seminário "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI"realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em sua sede, no Rio de Janeiro.

Em sua fala, Alckmin classificou os juros altos como "um problemão", ao dificultar o consumo, inibir investimento e aumentar a dívida do governo. Segundo o vice-presidente, "metade da dívida" é provocada pela taxa Selic. Ele, porém, exaltou o novo arcabouço fiscal que o governo prepara, e disse que a medida deve ser apresentada nos próximos dias. Na terça-feira passada (14), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou a proposta a Alckmin em reunião no Palácio do Planalto. 

"Inteligente e bem feita"

"Eu acho que o governo encaminha nos próximos dias o projeto de ancoragem fiscal, que vai também, uma medida inteligente, combinando a curva da dívida: de um lado, superavit, de outro lado, o controle do gasto. Uma medida inteligente, bem feita, que vai trazer bastante segurança na questão fiscal", avaliou o vice-presidente.

Também estavam presentes o presidente do banco, Aloizio Mercadante, a ministra da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos, Esther Dweck, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes.

A declaração ocorre às vésperas da próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deliberará sobre a manutenção da taxa Selic no patamar atual de 13,75%. Apesar da pressão do governo para que a taxa de juros seja reduzida, a expectativa é que ela seja mantida.

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