O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quarta-feira (15/3), o novo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), com foco no combate à violência doméstica. Em seu discurso, o chefe do Executivo destacou que o Estado não pode ser omisso e que, “muitas vezes o Estado só está presente na periferia com a polícia para bater”. Ele apontou que “quanto mais polícia se necessita”, menor é a presença do Estado nas periferias.
“Eu nunca consegui entender por que o Pronasci acabou. Não era um projeto de segurança pública apenas, um projeto que pensava na segurança pública pensando só na polícia. Na verdade, a gente pensava no papel do Estado, o que o Estado pode fazer para evitar mais polícia", destacou. "Porque quanto mais polícia você necessita, significa que menos Estado você tem na periferia, na cidade pequena, nos lugares em que a polícia poderia estar e o Estado deveria estar presente. O Estado está presente com saúde, na educação, com cultura, com lazer. O Estado está presente com tudo aquilo que a sociedade precisa para viver bem”, continuou o presidente.
Lula ainda convidou a população para “conhecer um bairro de classe média em qualquer cidade do Brasil” e, depois, “conhecer uma periferia” para saberem da realidade da ausência do Estado. O petista defendeu ainda a criação de uma “polícia nova”, com qualificação.
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“Muitas vezes, o Estado só está presente na periferia com a polícia, e não está presente para resolver. Está presente, muitas vezes, para bater. Muitas vezes, a depender do bairro, não se pergunta o que está acontecendo. Tenta-se resolver da forma mais bruta possível", declarou o presidente.
"Isso acontece em quase toda a periferia do país. Portanto, criar uma polícia nova, mesmo aproveitando os atuais policiais e os formando para que tenham mais acesso à inteligência, para que ele seja um profissional mais qualificado, vai, obviamente, ajudar a gente a não ter a noção de que a solução do problema é só prender o cidadão", completou Lula.
O presidente disse, ainda, que mais importante do que prender, "é a gente saber o que é que o cidadão vai fazer quando ele estiver preso e o que que ele vai fazer quando ele for solto". "Ninguém prende ninguém para sofrer. A expectativa da prisão é na tentativa de você recuperar um ser humano para a sociedade”, pontuou.
Durante o evento, Lula pediu aos presentes uma salva de palmas para uma soldada que foi agredida durante o expediente nos ataques golpistas de 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes.
Também estiveram presentes ao evento a governadora do Distrito Federal, Celina Leão, o ministro da Defesa, Flávio Dino, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, a coordenadora do Pronasci, Tamires Sampaio, e a governadora de Pernambuco, Raquel Lira.
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